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José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, todo poderoso manda-chuva da Rede Globo, deu entrevista no Roda Viva da TV Cultura ontem, segunda-feira.O homem que anda em seu próprio helicóptero de 14 lugares, tem casa em Nova York e oferece vinho de 5 Mil Reais a garrafa, se disse infeliz. Ou pouco feliz. Foi assim sua confissão à apresentadora do programa, Marilia Gabriela: a vida é maravilhosa, mas não vale a pena!
Classificou os reality-shows de programas imbecis, que não retratam a realidade, apesar do nome; diz que a TV não elege candidato mas que pode influir. Seu sonho é dirigir uma TV voltada apenas ao jornalismo.
Foi perguntado sobre a famosa edição global do último debate presidencial de 1989 entre Lula e Collor e, sem qualquer pudor, disse como tudo aconteceu.
Boni e seu colega, Armando Nogueira, estariam em Angra dos Reis, porisso, não participaram da edição. Segundo Nogueira teria dito, o debate foi vencido por Collor pelo placar de 3 X 2.
A edição que teria ido ao ar no dia seguinte ao debate, no Jornal Hoje, apresentado ao meio-dia, segundo lhe disseram, foi 0 X 0. Roberto Marinho, dono da Globo, não gostou e foi feita nova edição do mesmo debate para o Jornal Nacional, da noite. Era a véspera da primeira eleição de um Presidente da República civil depois de mais de duas décadas de ditadura militar.
Boni assumiu, no Roda Viva, que a edição do Jornal Nacional foi 3 X 0 para Collor, e que Dr Roberto (Marinho) gostou.
A edição que foi ao ar em 1989 no maior jornal da época, com audiência superior a 60%, foi uma farsa, uma mentira montada pela Globo para desqualificar o candidato Lula.
Segundo o mais poderoso diretor da emissora, a TV tem influência, mas não manipula.
Se não manipula, o que é então que foi feito? Diversão?
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