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O jogo politico-eleitoral parece estar invertido, este ano, no Brasil.
Lembro do tempo em que as esquerdas sonhavam em alcançar o poder pela via eleitoral; éramos instigados a começar a campanha com bastante antecedência, fazendo bastante barulho. Buscávamos o convencimento de colegas o tempo todo, na esperança da vitória.
O sonho tornou-se realidade, felizmente, em 2002 com a eleição de Luis Inácio. E se consolidou em 2006, com sua reeleição.
Agora estamos diante de um quadro nunca antes visto: este ano teremos a primeira eleição presidencial democrática, depois da ditadura militar, sem o candidato Lula na cédula.
A novidade maior, entretanto, é a oposição demo-tucana.
Seu candidato, o Coroné Zé Serra, é candidato sem sê-lo; ou melhor, é, mas não assume. De cima do muro, dá a impressão de que ele é governo, ou o candidato preferido da situação, tamanha é sua falta de compromisso politico.
A inversão dos papéis - situação com candidato definido e oposição indecisa - demonstra a fragilidade da direita brasileira, enquanto a esquerda tem nome muito bem trabalhado para o pleito de outubro: Dilma Rousseff.
Qualquer petista sabe da dificuldade de acordo dentro do partido quando do lançamento de um nome para cargo majoritário. Muitas brigas e debates eram necessários. Desta vez, aparentemente, sob liderança do Presidente Lula, houve consenso.
O candidato da oposição, embora não assuma oficialmente, é o candidato da oposição há muito tempo. Preferido da midia corporativa e de alguns grandes empresários - apesar de muitos estarem com Dilma - parece confortável vestindo salto alto. Ou seja, mesmo diante das pesquisas que apontam o crescimento consistente de Dilma, o Coroné Serra prefere jogar como se já tivesse ganho.
Falta, ainda, muito tempo para as eleições e nenhum candidato ganhou coisa alguma.
Campanha politica se faz com muito trabalho duro, o que parece não ser o forte da direita.
Será que a oposição subestima Dilma Rousseff a ponto de ignorar sua posição nas pesquisas?
Ou acreditam que apenas os esforços da midia lhes devolverá o poder; sem sacrificio, sem esforço, sem propostas.
Ano passado, em plena crise mundial, criticaram as medidas adotadas pela equipe econômica do PT no combate à recessão. Mais tarde, as criticas mostraram-se infundadas, visto que o país atravessou os piores momentos sem grandes abalos.
Este ano a expectativa é de forte crescimento. Já há quem diga que não encontra mão de obra disponivel em alguns setores, o que faz com que os salários melhorem naturalmente. Isso é tudo o que pode querer um candidato à vaga de Presidente da República.
Por mais que PSDB e PFL pensem que Dilma é um "cone" de Lula, a conjuntura está do lado dela.
À oposição conviria descer do salto!
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3 comentários:
Ainda que o cenário seja favorável à candidata do PT, Dilma Roussef, a esquerda deve estar muito atenta.
A mídia já mostrou que vai apostar todas as fichas para constuir a platamforma de seu candidato, o tucano José Serra.
Os militantes e partidos de esquerda não podem ignorar, por exemplo, os resultados da última pesquisa do Datafolha, que pode ser tanto uma farsa para manipular opiniões e angariar votos, como o resultado da ostensiva campanha contra Dilma.
A mídia nunca deturpou tanto os fatos. É um bombardeio diário de mentiras e distorções arquitetadas com fins políticos.
A direita usa de todas as suas ferramentas, materiais e simbólicas, para crirar melhores possibilidades de retornar ao poder.
Abraços!
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