7 de mai. de 2010

JORNALISMO HOJE.

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Aqueles que conhecem algum jornalista, falo daqueles que trabalham em grandes veículos de comunicação, vai entender o que pretendo dizer.

Profissão cada vez mais segmentada, existem "experts" em todos os assuntos; desde futebol, ciências, passando por economia e, sobretudo, política.

É óbvio que existem jornalistas sérios e extremamente competentes, mas estes dificilmente terão espaço na midia para fazer suas matérias. O bom jornalista não pode trabalhar em Globos, Folhas ou Estadões; está condenado a ser independente. Mais ético, menos lido/ouvido.

Se existe um ser arrogante, certamente ele será jornalista no Brasil! E trabalhará na imprensa mais comprometida do planeta.

Costumo comparar jornalistas que cobrem futebol com os que cobrem politica. Chega a ser hilário ouvir um comentário de um "especialista" em futebol quando, depois do jogo terminado, aponta os erros do perdedor. É fácil! Qualquer um pode fazer assim. Mas, pior, quando amenizam os erros de seu time de coração - sim, porque todos temos um time de coração! - fica ainda mais ridículo.

O mesmo acontece com comentaristas de politica. Todos têm suas preferências, suas cores; tentar impor seus pontos de vista - e o de seus patrões - os coloca numa posição de total falta de ética e credibilidade.

O que se está vendo neste inicio de campanha politica pela eleição do próximo Presidente da República, na midia, é uma sucessão de fatos que deixam claras as posições ideológicas de grande parte da imprensa brasileira. Por um lado, grandes corporações televisivas e jornalisticas fazem de tudo para esconder os defeitos de seu candidato preferido, um certo Coroné, ou, como disse um leitor desse blog, o Coroné da Mooca.

Do outro lado, à favor da continuidade do projeto de governo atual, estão centenas de blogs independentes que tratam de revelar o "outro lado" da verdade que tentam nos fazer engolir.

O verdadeiro jornalismo não deve servir para apoiar este ou aquele candidato; usar dos meios de comunicação sem qualquer pudor em benefício de um projeto de poder que represente interesses de alguns patrões será, certamente, danoso para a democracia. Os golpes militares, principalmente da América Latina, foram, todos, ancorados numa midia vendida e amarrada aos militares de plantão. O retorno foi financeiro, para pequenos grupos. As perdas, imensas, foram distribuidas entre a população. Falo de vidas e de esperanças.

Uma empresa que pretende ser jornalistica deve tratar seu negócio de forma a fazê-lo progredir. Entretanto, o lucro será proporcionalmente menor à medida em que perder leitores/audiência, até a falência completa. É o que parece estar ocorrendo com, por exemplo, o grupo Globo. Quem se detiver a estudar os gráficos de evolução de audiência das emissoras de TV irá perceber que, gradativamente, a Globo perde pontos, até nos principais programas da rede, como as telenovelas. Sabemos que as tabelas de preços de anúncios variam de acordo à audiência de determinado programa - é lógico supor que anunciar no intervalo do Jornal Nacional custa mais caro que durante as madrugadas, por exemplo.

Esta deve ser a razão para os ataques mentirosos e agressivos que vêem fazendo contra a candidata Dilma Rousseff, preferida de Lula e da imensa maioria da população. O mesmo estão fazendo as Folhas, Estadões, etc., jogando calunias no ar para tentar fazer crescer a preferência por seu candidato.

A verdade não pertence mais a eles. Todos nós sabemos - e estamos a ponto de poder distribuir informação de qualidade a TODOS os brasileiros, através do programa de desenvolvimento da banda larga popular - que a verdade é infinitamente diferente daquilo que a imprensa corporativa brasileira está tentando espalhar.

Falta coordenação, ainda, para oferecer a TODOS os brasileiros a oportunidade de escolher sua própria verdade; a internet levada a todos os cantos do país poderá representar o fim do império da mentira, pois somente comparando informação é que se tem a verdadeira possibilidade de decidir de que lado se fica.

Antigamente, repórter bom era aquele que dava o "furo" de notícia antes dos outros. Hoje, é aquele que aceita repetir o que seu patrão ordena, em troca de miseros reais no fim do mês.

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Peço desculpas aos jornalistas sérios que conheço, e também aos que não conheço.
A idéia não é generalizar nem colocar todos no mesmo saco. Mas o fato de terem mais visibilidade aqueles que se vendem por trocados coloca a profissão em risco. Se eu fosse jornalista sério, teria vergonha de certos colegas de profissão.
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Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo com o Nobre (com N maiúsculo) Pirata, porém devemos relembrar que na última inicitiva governamental de discutir o 4º poder quase nenhum órgão privado compareceu. Será uma birra infantial? No mesmo tema vale lembrar o último encontro privado, aqui no Rio, sobre liberdade de impenssa com participação massiva dos meios incluindo alguns minsitros.
Gozado como, pelo meos aparentemente, tudo se repete: ditadura x revolução.
Gozado e temeroso ver que o governo, pelo menos seu líder na bancada, quer adiar o projeto ficha limpa. Logo esse tão sofrido partido ? Tão defensor da moral e dos bons costumes !!!!!!!
Amigo Pirata......talvez você seja um dos raros a continuar levantando a bandeira preta com a caveira. Acho que os comandantes desses navios........ Ahhhh um bom chá na Inglaterra!
Foi mal, mas tá ficando difícil de acreditar!
Um grande abraço
Rap