23 de fev. de 2013

O FUNDAMENTALISMO DA MIDIA.



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Tenho recebido algumas críticas por usar o termo “fundamentalista” quando me refiro à mídia do Brasil.
Normalmente, por obra da crítica ocidental, são as religiões preferencialmente muçulmanas que são taxadas de fundamentalistas.

O significado da palavra, entretanto, pode ser mais amplo e é nesse contexto que acuso, com todo sentido pejorativo possível, a mídia.
Pelo caráter conservador, a imprensa do Brasil é uma armadilha capaz de promover ou destruir qualquer pessoa, de qualquer origem; uma empresa, uma religião, um grupo social ou político, desde que não esteja alinhado a suas ideias fundamentais.

No campo social, é comum ler jornalistas manipulando fatos, falas e imagens a seu próprio sabor. Não são poucas as pessoas que se sentem injuriadas por matérias meticulosamente preparadas com objetivos bastante claros ou, algumas vezes, pela preguiça do jornalista em checar a fonte, provocando prejuízos morais contra aqueles que não possuem microfones ou holofotes para se defender.

Pela via judicial, alguns conseguem o famigerado “direito de resposta”, quase sempre depois de muito tempo, de muito dispêndio de energia e, sobretudo, dinheiro para correr com ações na Justiça. É certo que alguns veículos de comunicação esperam tentar corrigir suas matérias publicando uma notinha de rodapé com o singelo e humilde nome de “erramos”. Mas são raros os casos em que a reparação do erro alcança o mesmo volume da acusação.

Na política, é a mesma coisa.
Vários jornalistas já viram suas matérias sendo recortadas, refeitas ou, simplesmente, atiradas no lixo por não estarem de acordo à linha editorial. É um direito básico do dono da empresa de comunicação, mas não quer dizer que seja ético ou moral.

Pelo contrário, parte da mídia brasileira tem demonstrado muita eficácia na arte de suprimir matérias, confundir a audiência e os leitores com frases pinçadas a dedo, consultar “especialistas” alinhados com suas ideias, exibir gráficos e informações incoerentes e maquiadas, unicamente para ocultar determinados fatos que, se mostrados com clareza, certamente levariam a uma verdade que eles preferem esconder.

A mentira tem se tornado regra na cobertura política brasileira nos últimos 10 anos. Aliás, esta é uma das razões da existência deste e de outras centenas de blogs chamados de “sujos” por esta imprensa fundamentalista. 
O que pedimos é que estes veículos digam claramente que apoiam este ou aquele, que financiam tal grupo, que sejam honestos o bastante para sair do armário e arriscar perder parte de seus leitores. Ou que sejam meros retransmissores de notícias sem emitir opiniões.
Hoje, a midia é um órgão de censura poderoso quando dá voz somente aos parceiros e aliados políticos, e, sem qualquer escrúpulo, escondem o que querem esconder

Voltando ao título do post.
Quando um ativista muçulmano explode seu corpo com bombas em meio a quem considera inimigo, está agindo para impor sua própria vontade. Não admite reformas naquilo que acredita; é ortodoxo e radical nas ações.
O que faz parcela do jornalismo brasileiro, hoje, comandado por meia dúzia de famílias saudosas, conservadoras, não democráticas, que não querem ceder à força do trabalho em detrimento ao poder do capital, é apresentar uma “realidade” inexistente que só quem tem a mesma ideologia é capaz de acreditar.

Um exemplo clássico é uma publicação de uma revista semanal, cuja capa acusava o governador do Rio de Janeiro pela tragédia das enchentes ocorridas em seu estado, pelas mortes e prejuízos e, na semana seguinte, quando esta tragédia se repete em São Paulo, a mesma revista coloca a culpa em São Pedro e isenta a autoridade política local! Isso é desonestidade intelectual, é má-fé, é intervenção na liberdade de expressão dos fatos. Porque a chuva é um fato passível de medição. A razão é óbvia: o governador de São Paulo é aliado político, enquanto o do Rio de Janeiro não é!

Outro exemplo, mais recente?
Críticas ao Governo Federal pela desoneração das tarifas elétricas aos consumidores, beneficiando milhões de brasileiros, e maior repercussão do reajuste dos combustíveis congelados há 4 anos!

A mídia se reveste de bombas altamente explosivas e as detonam em suas matérias com o claro objetivo de não aceitar mudanças, reformas, repartição de renda. 
Felizmente, por manterem editores-chefes medíocres, os resultados que pretendem alcançar estão longe da realidade.
A tiragem dos jornais e revistas, bem como a audiência das grandes emissoras de TV, vêm caindo rapidamente nos últimos anos, enquanto sites e blogues, como este mísero SANDÁLIAS DO PIRATA, tem visto crescer paulatinamente seus acessos, numa clara demonstração de que as pessoas, por oportunidade de conhecer opiniões diversas, acabam escolhendo o que mais lhes parece real e verdadeiro.

Assim como o religioso, a fundamentalismo midiático atua para impor sua vontade. Produz estragos, é certo, mas nunca será capaz de vencer a liberdade.

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19 de fev. de 2013

Yoani Sanchez, a marionete.

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A repercussão da visita de Yoani Sanchez ao Brasil, a cobertura feita pela midia fundamentalista, demonstra o real compromisso de nossa imprensa com a restrição à liberdade de expressão.

Quantos blogueiros no Brasil discutem o comportamento da imprensa daqui em relação às tendências políticas de cada jornalista, dos editoriais de cada veículo de comunicação de massa, dos grandes monopólios da midia? Quantos são manchete?

Centenas de nós, diariamente, gasta seu tempo para mostrar a quem se interessa pelo "outro lado" o que se passa na vida política de nossa Nação. E nem porisso são expostos nossos argumentos. Até jornalistas conhecidos do grande público, donos de blogs, são censurados ou, simplesmente, ignorados pelas familias que controlam a informação!

E, no entanto, dá-se enorme visibildade a uma estrangeira que "denuncia" a falta de liberdade em seu país. Por acaso, este país é Cuba, inimigo do mundo capitalista ocidental!

O que querem, a não ser a liberdade em Cuba e o controle da informação no Brasil?

Essa moça, bem articulada, que não nega receber recursos do governo dos EUA - há, inclusive, leis aprovadas pelo Congresso norteamericano que autoriza envio de recursos para quem se dispõe a praticar a contrarevolução da ilha de Fidel - e que recebe tratamento VIP das globos* e vejas* como se fosse celebridade, não passa de uma marionete do governo de Obama para difundir o ódio que nutrem por Cuba.

Que digam, os editorialistas desta imprensa nociva, o quanto estão alinhados com o pensamento neoliberal dos EUA. Que assumam, com coragem e determinação, seu lado nesta disputa. E que mostrem que Bradley Manning, militar americano, está a 1000 dias preso sem julgamento por ter vazado imagens ao Wikileaks. Que liberdade é essa?

O que não podem continuar fazendo é divulgar assuntos de seu interesse particular como sendo a verdade, e ocultando, de forma sistemática e maldosa, que seus apadrinhados políticos não valem o arroz que comem!


Nada contra apoiar este ou aquele pensamento político, afinal, democracia é assim. Esconder temas que comprometem sua "turminha" é que mostra a verdadeira falta de caráter do jornalismo do Brasil.

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* Este blogueiro recusa-se a grafar os nomes dos jornais folha, globo e estadão, e da revista veja, com as inicias maiúsculas.

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16 de fev. de 2013

MARINA, VOCÊ SE PINTOU.

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O novo xodó da midia do Brasil.

Muito bem avaliada na zona sul carioca e parte da paulistana, por parcela alienada da intelectualidade acadêmica, tornou-se a mais nova KASSAB da política tupiniquim: com ar de descontentamento, larga os "verdes" e funda seu próprio partido.


Hoje, ainda distante das eleições presidenciais, é saudada pelo jornalismo fundamentalista que se opõe a Dilma Rousseff e ao Partido dos Trabalhadores. Lança uma plataforma de candidatura com o apelo de "limpeza": não receberá doações de empresas que fabricam cigarro, bebidas alcoólicas, armas e agrotóxicos. Nem de empresas que usam copinhos de água descartáveis ou garrafas PET - grandes vilões do planeta Terra.

A festa de lançamento de seu partido foi paga por uma de suas fiéis colaboradoras e provável arrecadadora de fundos de campanha: Maria Alice Setúbal, sócia do Itaú-Unibanco. Nada mal.

Mas, qual a razão de tanta exposição de Marina na imprensa, tão longe das eleições?

Em primeiro lugar, o tempo urge para os derrotados. A direita - partidos e imprensa - percebeu que é preciso usar todas as armas para derrotar o PT de Lula e seus postes. Já "lançou" o candidato Eduardo Campos pelo PSB, agora, é a vez de Marina Silva. Concorrentes diretos de Dilma, ambos possuem o apelo de "esquerda" e, certamente, roubarão votos importantes nas eleiçõs de 2014.

A única esperança para a retomada do poder é levar ao segundo turno o candidato do PSDB, apoiado pela midia fundamentalista e pelo STF: Aécio Neves ou Zé Serra.

A estratégia pode ser arriscada, mas não há outra chance de vitória. Acreditam que no decorrer da campanha tanto Campos quanto Silva se perderão fôlego por falta de base de apoio político. A virtual militância nas ruas, por Marina, eles sabem que nunca vai existir; classe média alta faz barulho de dentro de casa, no conforto do ar condicionado.

Mas não se pode descartar um segundo turno entre Dilma e Marina! Representaria o funeral definitivo do demo-tucanato, mas não há outra possibilidade. É tudo ou nada.

O espantoso é Marina lançar uma candidatura ao velho estilo dos caciques mais conservadores do Brasil, os que se apoderam de um partido para ambições pessoais. Quer ser candidata com estritas e próprias condições: plataforma e apoio que interessa particularmente a ela, nada de alianças, nada de dinheiro duvidoso ... santinhos só de papel reciclado e aroma Natura no ar!

Na remota hipótese de vencer as eleições, a Presidenta Marina verá diante de sí um Congresso absolutamente oposicionista, sem o número de parlamentares suficiente para aprovar qualquer medida presidencial. E terá, obrigatoriamente, que sentar à mesa e ... negociar.

Faça tudo mas faça o favor 
Não pinte esse rosto, Marina ...
Eu tô de mal com você!

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