30 de set. de 2008

A MÍDIA, A CRISE E A HIPOCRISIA

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Estamos assistindo, nesses últimos dias, a um espetáculo de hipocrisia nunca antes visto na história da humanidade. E não falo apenas do Brasil - onde a imprensa é comprometida até o pescoço -, mas da mídia internacional.

James Moore, do Huffington Post, escreveu um artigo intitulado UMA NAÇÃO DE BOBOS DA CORTE, referindo-se aos Estados Unidos da América. Ele diz:

Não deixe eles te dizerem que o derretimento econômico é uma confusão complicada. Não é. Nossa crise financeira nacional é facilmente entendível por qualquer pessoa que tenha visto cobiça e hipocrisia. Mas agora testemunhamos as duas em escala profunda e monumental.

Aqui, como não poderia deixar de ser, a Rede Globo, os jornais FSP, Estadão e O Globo e as revistas Época e Veja, comportam-se da mesma forma: tratam de esconder as verdadeiras razões para a maior crise financeira desde o crash de 29.

Na cobertura da imprensa brasileira, que pude acompanhar, falam de sub-prime e de derivativos como se as pessoas compreendessem do que se trata; colocam no ar "especialistas" para detalhar em bom economês o que está acontecendo. Mas escondem a verdade.

O povo americano pressionou os deputados, principalmente os republicanos, para não aprovarem o pacote de ajuda aos bancos em dificuldade. Essa foi a razão da maior derrota do já derrotado presidente George Walker Bush no congresso dos Estados Unidos!

Se, por um lado, o Banco Central americano, e os Bancos Centrais europeus, são liberais na divisão de lucros, por outro lado são socialistas na repartição dos prejuízos. Essa verdade a imprensa também esconde, para evitar a desmoralização definitiva.

Vou repetir: a hipocrisia está tomando conta da informação!
O que deveria ser ético e coerente na cobertura de episódios como essa grave crise financeira, está sendo tratado de forma desonesta, demagógica e perigosa, uma vez que a imprensa mundial abandonou o respeito a seus leitores e passou a dizer o que bem entende, sem escrúpulos e sem vergonha na cara.

O que vai acontecer com sua credibilidade, daqui para a frente, é incerto; assim como os Bancos de Investimentos alavancaram seus negócios da forma mais irresponsável possível, gerando a falência da estrutura financeira mundial, a mídia, com seu comportamento pequeno, egoísta e burro, seguirá o mesmo caminho, ou seja, o descrédito total de suas palavras.

Já é hora de nos levantarmos contra essa imoralidade que se transformou a informação. O oligopólio e os interesses econômicos que envolvem a notícia devem ser revistos, sob pena de pagarmos ainda mais caro, no futuro, a conta que será deixada pelos irresponsáveis donos de jornais, rádios e televisões do mundo ocidental.

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28 de set. de 2008

O PRÍNCIPE DAS ASTÚRIAS


Não podia deixar de postar à respeito da sensacional vitória do espanhol Fernando Alonso, o Príncipe das Astúrias, no circuito de Singapura.
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Foi a primeira corrida realizada à noite, sob luz artificial, e Alonso deixou sua marca de campeão registrada na história do automobilismo mundial.
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Antes da corrida, no sábado, a Renault de Alonso já demostrava excelentes condições de pista, tendo feito o melhor tempo antes da cronometragem oficial para a pole position.
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Na pista, confirmou seu excepcional desempenho. É certo que foi beneficiado pela falha de box da Ferrari que deixou Felipe Massa fora do páreo, mas, devido ao acidente com Nelsinho Piquet, também da Renault, a entrada do Safety Car foi determinante para o resultado da corrida.
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Mesmo que não tivesse ocorrido o problema de Massa, a Ferrari não venceria; Niko Rosberg, com sua Williams meia boca levava vantagem por ter reabastecido antes do acidente de Nelsinho.
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Fernando Alonso conduziu seu carro para a vitória com muita elegância e habilidade; por mais que meu amigo Raphael Medeiros estivesse torcendo pela Ferrari número 2, todos vimos o melhor piloto em atividade receber a bandeira quadriculada. Ele merece. É o melhor.
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Para mim, Lewis Hamilton será o campeão desta temporada. Mc Laren é Mc Laren, e vai levar mais um.
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O ruim das corridas de Fórmula 1 continua sendo o monopólio da Globo nas transmissões. O infeliz do Galvão Bueno está cada dia pior, com comentários despropositados e sua insistência em tentar traduzir os diálogos dos pilotos com os boxes. Seu inglês é tão fraco que só dá mancada!
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E, por falar em boxes, foi espetacular a mensagem que Alonso recebeu de Flávio Briatore ao ultrapassar a linha de chegada em primeiro. Sei bravo ... sei bravo ... catso!

20 de set. de 2008

A QUEDA DE UM IMPÉRIO

NEW YORK STOCK EXCHANGE
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Esta semana foi a mais turbulenta dos últimos 75 anos da história da Bolsa de Valores dos EUA. Assim como em 1.929, a crise dos papéis abalou o mundo - e continuará abalando nos próximos meses.

Paradoxalmente, a origem da crise é a mesma da década de 20; bancos emprestam a insolventes, trocam estes papéis podres entre sí, aumentando a rede de credores, até que se descobre, acidentalmente, que não haviam garantias suficientes para cobrir o rombo. Em seguida, o primeiro banco vai à falência, observado de longe pelas autoridades do governo; logo depois, mais uma instituição demonstra o mesmo sintoma, e outra, e mais outra.
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Desta vez, o governo americano decidiu intervir. Em 29 a opção política foi pelo afastamento da questão, deixando milhares de pessoas na miséria. Estima-se em 700 bilhões de dolares o tamanho do pacote que o governo dos EUA pretende gastar para interromper a quebra de várias das maiores intituições bancárias do país.

O que preocupa é o poder de contaminação que a crise traz ao resto do mundo. Segundo especialistas, a recessão americana já começou, e os mercados continuarão nervosos por muito tempo. Estimam em seis meses o tempo necessário para acomodação dos títulos, principalmente os públicos.
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Para os países emergentes, a catástrofe poderá ser ainda maior. A China, que pretendia alcançar crescimento de 13% este ano, já revisou a meta; pretendem atingir apenas 9%. Decréscimo de 30%. No Brasil, as consequências são imprevisíveis mas, até o momento, a economia parece robusta o suficente para enfrentar a turbulência com poucas perdas. Graças aos mais de 200 bilhões de dolares de reservas cambiais, o que possibilita a intervenção do Banco Central na economia de maneira firme e eficiente. A parte mais difícil deverá se revelar no início de 2.009, quando a recessão mundial fará a balança de pagamentos brasileira sofrer com mais intensidade.
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Entretanto, esta catástrofe certamente deixará saldo positivo na economia mundial. Explico.
Se o símbolo do capitalismo liberal, os EUA, foi incapaz de sustentar o mercado, Wall Street foi desmascarada. Os Bancos Centrais da Europa já falam em criar ferramentas de controle e prevenção aos desmandos provocados pelo livre mercado. O fato do FED (Banco Central Americano) intervir de modo efetivamente ortodoxo no mercado financeiro, obrigando o governo Bush a injetar bilhões de dolares na compra de títulos podres, mostra claramente a fragilidade do capitalismo liberal.
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Uma frase do presidente Lula, em plena queda da BOVESPA, foi duramente verdadeira: Os bancos que sempre deram palpites na economia brasileira estão quebrando! Isso demonstra o quanto o sistema financeiro internacional é liberal para os outros, e incompetente dentro de sí!
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O império norte-americano está desmoronando.
A queda começou na primeira invasão do Iraque, submergiu um pouco mais na segunda invasão e derrubada de Saddam Hussein e, agora, mostra não ter pernas para se levantar. Os países emergentes (atuais grandes mercados consumidores, Brasil, Rússia, Índia e China) sairão da crise, mais cedo ou mais tarde, fortalecidos com os erros dos EUA.
O foco econômico mundial permanecerá desconfiado de Wall Street depois de tantos erros cometidos, e os investimentos serão mais conservadores e distantes dos EUA. Assim, a força econômica americana se reduzirá ao mero mercado interno, consumidor por excelência mas, ao mesmo tempo, perigoso. Será mais atraente aplicar nos emergentes.
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Resta o poder militar americano. Este, mesmo enfraquecido diante do fracasso no Iraque e Afeganistão, ainda é temido. Antes de submergir definitivamente, estou certo que tentarão uma última demonstração de força para o mundo. Uma guerra, uma operação nuclear. Este é o perigo.
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11 de set. de 2008

11 DE SETEMBRO


Evo Morales
Presidente da Bolívia eleito democraticamente
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Esta é uma data repleta de simbologia.

Entrou para a história com os atendados ao WTC em 2001, em Nova Iorque.

Mas já fazia parte da história da humanidade. Em 1973, em Santiago do Chile, no Palácio de La Moneda, o general Augusto Pinochet liderava um golpe militar contra o presidente Salvador Allende, eleito democraticamente naquele país. Allende foi assassinado e iniciou-se uma das mais sangrentas ditaduras militares da América do Sul.

Hoje, neste 11 de setembro de 2008, outro golpe se aproxima.

Em La Paz, o também presidente eleito democraticamente, Evo Morales, enfrenta uma das piores crises da história recente da Bolívia. A oposição, representada pela elite empresarial da província de Santa Cruz de La Sierra, bloqueou o fornecimento de gás natural ao Brasil, seu principal parceiro comercial, e manifestações pelas ruas do centro de la Paz indicam uma possível tentativa de tomada de poder a força.

O povo Bolivariano irá resistir; um possível enfrentamento civil pode enfraquecer ainda mais a já fragilizada economia boliviana, que depende, basicamente, da exportação de gás. O comércio com o Brasil representa mais de 50% de todas as exportações da Bolívia, e a interrupção do fornecimento de gás poderá enfraquecer Morales.
Uma pena.

Num país predominantemente índio, Evo Morales representa mais de 75% da população; de origem indígena, identifica-se facilmente com o povo mais pobre daquele país. Há poucos meses, um referendo popular livre deu a Morales 2/3 de aprovação a seu governo. Esse é o motivo do levante iniciado pela classe média alta boliviana.

Vale pensar:

Nos três eventos que cito acima, os Estados Unidos estão intimamente ligados aos fatos. Sempre de modo negativo. Provocando a ira dos povos islâmicos, financiando golpes de estado ou apoiando grupos paramilitares e empresariais sem escrúpulos para fazerem o serviço sujo.

7 de set. de 2008

O GOLPE

Passei a segunda metade do mês de julho e o mês de agosto inteiro sem postar, esperando que a mídia divulgasse o MOVIMENTO FORA GILMAR, que cito no post abaixo.

Nada.

Nem uma palavra.

Entretanto, a grande imprensa do país concentrou esforços para aumentar o tom das críticas ao governo brasileiro, principalmente para que se esquecesse o caso Daniel Dantas.
O delegado do caso DD foi afastado. Fizeram estardalhaço com os métodos da Polícia Federal; o STF se intrometeu na ação da PF ao limitar o uso de algemas; o ministro Gilmar Mendes apareceu na mídia como um grande homem, do lado da lei, dando pitacos no governo.
E o caso Daniel Dantas ficou esquecido ... escondido nas entrelinhas de colunistas oportunistas que se dizem jornalistas.
Vegonhoso!

A última, agora de revista Veja da editora Abril, foi atribuir a ABIN - e, em consequência, ao governo Lula - grampos telefônicos ao ministro Gilmar Mendes numa conversa com o senador Demóstenes Torres.
Provas? Desnecessárias! A editora Abril e o Sr. Civita consideram desnecessário provar o que escrevem. Mandei uma lista de perguntas ao jornalista Josias de Souza, da FSP, que aguardo as respostas. Coloco-as aqui:

1) Onde está a mídia gravada com a conversa supostamente grampeada?
2) Quem gravou? Se não podem divulgar o nome do araponga, em fidelidade ao sigilo da fonte, que digam se ele é funcionário da ABIN ou de alguma empresa privada de investigação.
3) Onde está a transcrição da conversa grampeada?
4) Porque o restante da imprensa brasileira noticiou o fato do grampo como verdadeiro, se não podem comprovar a veracidade da informação?'
E, por fim, 5) O que mais, ou quais outras conversas relevantes do ministro, ou do senador, foram grampeadas e qual seu conteúdo?

A explicação a tudo isso é uma só. A popularidade do presidente Lula, em alta constante e consolidada, representa crescimento nas campanhas municipais dos candidatos do PT e dos partidos aliados ao PT.
A Folha de São Paulo, através de seu jornal eletrônico www.uol.com.br admite, neste dia 07 de setembro de 2008, que a base aliada do PT lidera as pesquisas em 20 das 26 capitais brasileiras.
Isso sem mencionar os principais centros metropolitanos do Brasil, cidades que terão prefeitos eleitos que se colarem à imagem de Lula. Este fato é relevante, e merece ser levado em conta.

Enquanto as oposições, principalmente PSDB e DEM, percebem que perdem espaço diante da política social implantada por Lula e sua equipe, tentam se apoiar em notícias plantadas e/ou inventadas, divulgadas por um jornalismo comprometido que só pensa em seus próprios interesses. E esse acúmulo de mentiras e difamações ruma à campanha política de 2.010!

A lógica da canalhice política que sempre dominou este país é: se Lula ampliar sua base de apoio nas prefeituras importantes será difícil, se não impossível, não verem o próximo presidente da República ser alguém apoiado por Lula.

Esta é a democracia que prega a direita brasileira, representada por PSDB e DEM. Destruir, através de meios baixos e predatórios, a imagem de pessoas que sempre lutaram por um Brasil diferente, melhor, mais justo.

Só espero que não tenham êxito nessa tentiva de golpe. O povo, beneficiado pelas ações retas e objetivas do governo Lula, lhe dá respaldo, demonstrando não acreditar na mídia golpista, aumentando, a cada pesquisa, a credibilidade e aprovação ao governo do PT.
O povo não é burro!