4 de mar. de 2012

ÇERRA - O CADÁVER INSEPULTO.

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A velha midia está tratando a eleição municipal de São Paulo como um evento de caráter nacional desde a entrada na corrida de José Çerra, esta semana.
Deve ser por causa do alto índice de rejeição do tucano na capital paulista - pesquisa divulgada hoje aponta que dois terços dos eleitores paulistanos não acredita que Çerra cumprirá seu mandato!
Pudera! Já renunciou ao cargo para concorrer - e perder - ao Planalto.

O que se percebe é que esta deve ser a última chance dele de se manter vivo na política, e a forma escolhida é mostrar a cara na TV. Com todo apoio, é óbvio, da velha imprensa. Do tipo, ou vai ou racha!

O que este blogueiro não consegue entender é a insistência do velho Coroné Çerra. É teimoso feito uma porta. Mas é burro, porque ele é o único candidato que entra na briga com a obrigação de ganhar.

Contra ele, estarão todos os demais. Haddad, do PT, Chalita, do PMDB, Russomano, do PP, e outros aventureiros menos expressivos. O PSDB será alvo de todos, sem piedade, e com argumentos sólidos.

Quem analisar o quadro eleitoral de São Paulo, Capital, com cuidado, vai notar que Çerra só entrou na disputa visando benefício para si mesmo: não quer saber dos eleitores, só pensa no próprio umbigo. Aliás, isso é típico dos tucanos.

Ora, a capital do estado mais rico do país nunca foi do PSDB, a não ser naquele breve período em que o próprio Çerra foi prefeito, por pouco mais de 18 meses, entre 2005/2006. Antes, os paulistanos elegeram Jânio Quadros (PTB), Luiza Erundina (PT), Paulo Maluf (PDS), Celso Pitta (PTB), Marta Suplicy (PT), e, depois, Gilberto Kassad (DEM-PSD). Teve, porém, Mario Covas, de 1983/1986, mas era do PMDB.

Se a cidade de São Paulo tivesse importância para o PSDB, teriam lançado um nome novo, um candidato jovem, alguém que tivesse algo a dizer ... e não o cadáver insepulto chamado Çerra! Afinal, os demais partidos compreenderam que o paulistano quer algo diferente, que já cansou do estilo autoritário e desinteressado como vêm sendo governados.

Çerra pode até ganhar a eleição. Pela lista dos últimos prefeitos eleitos, o paulistano mostra que é surpreendente. Mas sua trajetória política, pelo menos no âmbito federal, está liquidada. Seu discurso se perdeu no tempo desde que o nefasto FHC deixou o poder e, hoje, o ex-Presidente já declarou que Aécio é o candidato natural das oposições. Aliás, Aécio pode ter - e tem - muitos defeitos, mas sempre respeitou o desejo de Çerra se lançar candidato, assumindo hierarquicamente como segunda '- ou terceira - opção.

Na contramão, Çerra atropelou todos os seus concorrentes dentro do partido; chegou ao absurdo de apoiar Kassab do DEM contra Alckmin do PSDB em eleição municipal; renegou seu passado privatista ao não defender seu ex-chefe FHC em debates com Lula e Dilma; jogou sujo usando sua esposa para acusar Dilma de abortista mesmo contra orientação do partido.

O caixão político está aberto.
Se demorar, será velado em sarcófago.

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