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Pesquisa prá lá de interessante realizada pelo banco inglês Morgan Stanley revelou um dado importante e pouco comentado: a margem de lucro no Brasil.
Adam Jonas, responsável pela pesquisa, afirmou que a margem de lucro das montadoras no Brasil, por exemplo, é 3 vezes maior que a de outros países.
Citou um exemplo.
Calculou a margem de lucro adicional no Honda City LX, produzido no interior de São Paulo, quando exportado para o México. Alcançou a importância de R$ 15,5 mil de lucro extra para a montadora Honda do Brasil. Sem contar que no veículo exportado há alguns ítens de série adicionais.
O que disse a Honda sobre isso ao ser consultada? “Não fala sobre o assunto”, foi a resposta.
É comum a grande imprensa e os órgãos patronais dizerem que a carga tributária e o alto custo da mão de obra no Brasil são impeditivos. É um discurso antigo que pretende retirar custos apenas do governo e dos trabalhadores.
Outro exemplo, sempre falando de automóveis, parte importante na construção do PIB brasileiro:
De 1997 para cá, os critérios de taxação sobre veículos foi alterado. O carro popular 1.0 teve acréscimo de 0,9 ponto percentual na composição do imposto a pagar mas, nas demais categorias, o imposto diminuiu. Um carro não popular a gasolina paga, em média 4,4 pontos percentuais a menos; no segmento luxo, o imposto caiu 0,5 ponto no carro a gasolina e 1 ponto no modelo à álcool/flex.
Ainda, durante a crise financeira mundial, o governo brasileiro retirou carga substancial de impostos sobre carros 1.0, entre dezembro de 2008 e abril de 2010, mas grande parte deste desconto não foi repassado para o consumidor final, aumentando o bolso já gordo das montadoras estrangeiras no Brasil.
Como sempre acontece, a choradeira maior é de quem pode mais. A eles é dada a voz que o trabalhador não tem. É fácil querer retirar dos outros para aumentar as vendas – e as margens de lucro – enquanto se está pensando só no próprio umbigo.
Para entender melhor, façamos um raciocínio simples e lógico: quando foi criada a CPMF, no governo tucano, os empresários gritaram e aumentaram preços, repassando para o consumidor esta carga adicional. Entretanto, quando foi retirada a mesma CPMF, já no governo Lula, você, caro leitor, viu, soube, ou ouviu falar de algum produto que teve seu preço reduzido pela diminuição do imposto?
Não?
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