10 de jun. de 2011

Sobre Cesare BATTISTI.

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A DERROTA DA MIDIA
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Se, na postagem abaixo, à respeito de Antonio Palocci, a midia brasileira comemorou vitória, desta vez esta mesma imprensa chora uma derrota.

Grande parte do jornalismo brasileiro comprometido com o atraso atacou a decisão do Supremo Tribunal Federal, que libertou o ativista italiano Cesare Battisti. As considerações dos Ministros que votaram à favor da liberdade, e venceram pelo placar de 6X3, foram claras: o governo italiano não pode interferir na alta corte para rever uma determinação do Presidente da República.

Parece bastante óbvio. Como bem explanou o Ministro Joaquim Barbosa, apreciar o pedido de anulação do decreto presidencial seria como, numa comparação com o asilo concedido pela Embaixada Brasileira em Honduras, quando do golpe militar daquele país, ao Presidente deposto, Manuel Zelaya, que algum país latinoamericano entrasse com pedido de revisão do asilo junto ao STF, na esperança de impugnar a medida.


Ficou claro, portanto, que a soberania do governo brasileiro deve ser respeitada. Seja pela Itália, Honduras, ou qualquer país que decida se intrometer em nossos assuntos internos. O STF, em vista da decisão por maioria, expediu o mandato de soltura de Battisti, que ganhou a liberdade logo após o encerramento da sessão.

O lado cômico da história foi a repercussão que a midia derrotada deu ao resultado.

Continuam a tratá-lo como terrorista e demostram um rancor incabível, mesmo diante da decisão da alta corte. Pode se esperar que continuem os ataques ao ativista que, mesmo em liberdade, deve continuar a ser perseguido.

Este blogueiro sujo teve a oportunidade de assistir, ao vivo, trechos do julgamento através da TV Justiça. Vi e ouvi as considerações dos advogados de defesa, que pareceram bastante convincentes em seus argumentos. Vi e ouvi a exposição do ministro Gilmar Mendes e, também, de Cesar Peluso (não acompanhei Elen Grace), e seus olhares fulminantes aos demais colegas demonstravam a iminente derrota de suas posições. Tanto Mendes quanto Peluso, cada um a sua vez, discorreram sobre a necessidade de o Presidente da República ter seus atos julgados - o que é prerrogativa do Judiciário - mas não levaram em conta o pedido feito por nação estrangeira, o que é completamente diferente.

Fica, aqui, o registro do histórico momento da libertação de Cesare Battisti pelo STF.

Uma vitória da democracia e dos direitos individuais. Há que se reconhecer a atitude dos 6 Ministros que votaram à favor da verdade.

Apesar da midia.

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3 comentários:

Anônimo disse...

O lambão do Gilmar Mendes disse que o Supremo saiu diminuido nessa votação.
Esqueçeu que quem dominui o Supremo é ele!!!

Anônimo disse...

Acho que a maior derrota que percebe neste triste episódio que envergonha o Brasil, é a do bom senso. Afinal, porque acolher um assassino confesso, contrariando a opinião pública brasileira e mundial, quando nossas cidades já estão apinhadas de bandidos "Made In Brazil". Apenas a afinidade desse bandido com alguns segmentos do PT podem justificar esse absurdo. Era um assunto tão complicado, que o Lula tomou a decisão e desapareceu, deixando a bomba cair no colo da Dilma. È duvidoso que o Lula tenha a coragem de pisar em solo italiano tão cedo.

JC Ostermann

JÚLIO PEGNA disse...

Osterman, bom senso é acatar uma decisão do STF. Nâo se trata de acolher este ou aquele, mas respeitar uma decisão soberana de uma Nação livre e democrática, como é o Brasil.

Por qual razão a indignação não foi deste tamanho quando a França recusou a extradição? A Itália não recorreu naquela ocasião. Pq com o Brasil, sim?

Simples: acreditam que devemos ser submissos à potência de primeiro mundo!

Parabéns a Lula por ter assumido a responsabilidade no último dia de seu governo, e não ter deixado a Dilma a decisão que era dele! Lula portou-se como estadista. Mais uma vez!

Obrigado pelo comentário.