15 de set. de 2011

TORÇAM O NARIZ: CADÊ A CRISE?


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Contra números, não há argumentos.

Pode a imprensa querer abusar do terrorismo; assustar a população com a crise do mundo desenvolvido – capitalista – mas precisarão se esforçar um bocado a mais.

Os indicadores econômicos brasileiros estão ainda melhores que em 2008, ano em que a crise estourou nos EUA. Era o inicio do pior momento histórico da economia ocidental. Bancos quebraram e o governo norteamericano injetou alguns trilhões de dólares na economia para conter a explosão da “bolha” que eles mesmo criaram.

Aos poucos, os EUA esboçaram um crescimento lento.  Baixo, é verdade, mas a proposta era esta. As dificuldades não foram sanadas pela simples razão de que o “mercado” continua – e continuará – descontrolado.

Em seguida, foi a vez da Europa do Euro. Os problemas se avolumaram e vários países estão em sérias dificuldades. Levarão ainda algum tempo para se recuperar.

Mas, e aqui, no Brasil, como anda nossa economia?

“Analistas” meia-boca, os que escrevem e falam na mídia reacionária e comprometida, insistem que estamos à beira do caos. Falam em inflação descontrolada e em problemas cambiais.

Mas qual é a realidade?

Vejam o gráfico abaixo, com dados comparativos de Agosto/2008 e Maio/2011.



Não é difícil perceber que nossos indicadores estão mais sólidos e melhores agora.
Vejamos:

TAXA DE CÂMBIO – continua a mesma, o Real valorizado e sob controle do Banco Central. Na verdade, a taxa é o resultado da entrada de moeda estrangeira no Brasil, para especulação e investimento, em volumes cada vez maiores.

TRANSAÇÕES CORRENTES – São a soma dos resultados do comércio exterior, juros da dívida, viagens internacionais, remessa de lucros, etc. O saldo de 21,5 para 51,0 deu-se devido ao crescimento da atividade interna. Maior renda, mais viagens, maiores lucros e maiores remessas, mais importações devido à maior procura de produtos para consumo. Índice aparentemente piorou, mas devido ao crescimento do PIB e à entrada da nova classe média no mercado consumidor.

INVESTIMENTO LIQUIDO DIRETO – Dado extremamente positivo, representa um salto significativo da aplicação de recursos de empresas estrangeiras no Brasil. Evidentemente, por causa da confiança em nossa politica econômica do período Lula para cá.

CRÉDITO TOTAL – A base de comparação de 2011 para 2008 deve levar em conta que o PIB brasileiro obteve seu melhor resultado no periodo 2009/2010, portanto, a base é bem maior. O resultado expressivo – apesar de ser considerado baixo para padrões internacionais, é preciso compreendermos que há pouco iniciamos o processo de crescimento com distribuição de renda – trará impacto sobre a inflação. Comentarei isso mais àdiante.

DIVIDA PÚBLICA - LIQUIDA E BRUTA – Ao contrário do que ocorre na Europa e EUA, nossa dívida manteve-se praticamente estável, com ligeira diminuição. Alguns jornalistas maldosos preferem ignorar este dado, jogando o peso de seus venenos no endividamento público falando do aparelhamento do Estado pelo PT em por consequência, a má administração do bem público. Balela de gente cara de pau!

Quem não sabe administrar é o velho mundo rico! Suas dívidas internas cresceram sem que o resultado fosse em benefício de suas populações. Trilhões jogados em armamentos para guerra! O tamanho do gasto público internacional com guerras é perverso duas vezes, pelo investimento improdutivo e pelo extermínio de seres humanos.

RESERVAS INTERNACIONAIS – Sem comentários. Até os bebês sabem que temos dinheiro em caixa para fazer frente aos problemas que a economia internacional provoca. O interessante é que, mesmo o mundo estando em crise e os países ricos gastando sem parar, fortalecemos nossa reservas de 2008 para cá.

IPCA – Dado de inflação ligeiramente elevado, mas sem exagero.

DIVIDA EXTERNA – É de provocar a ira dos grandes bancos e conglomerados estrangeiros nossa capacidade de reduzir a dívida externa. Na onda da melhora de nossos indicadores, os sempre invejosos e traíras da imprensa familiar brasileira, os mesmos de sempre, nem tocam mais no assunto.
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Agora, a inflação.

Os aumentos de preços se devem a uma das regras básicas da economia de mercado: oferta e procura. Muita procura para pouca oferta geras aumento de preço.

Infelizmente não tenho os dados dos índices de emprego mas pesquisa recente do IBGE divulgou algo em torno de 6 e pouco por cento de desempregados no Brasil de hoje. Vale lembrar que se trata de emprego formal, portanto é provável que o índice esteja muito próximo de zero levando-se em conta o emprego informal.

Uma análise simples e direta do desempenho econômico brasileiro mostra aumento significativo no investimento e no crédito; milhões de brasileiros ingressando na classe média consumidora através do emprego e da renda; programas sociais vigentes desde o início do governo Lula, em 2003; investimento do Governo Federal em infraestrutura, via PAC, entre outros.

A forma acelerada de consumo crescente é a razão do aumento da inflação!

Mas, quem disse que inflação é ruim? A Veja? A Globo?

Ora, se para que cada vez mais brasileiros passem a ter seus direitos básicos de subsistência, através do consumo, é natural que a produção/importação de bens e serviços sofra reajuste de preços! A cada mês, 150 mil novas pessoas ingressam no mercado de trabalho e ganham salários. E gastam!

Se a inflação alcançar 10% no final de 2011, como querem alguns analistas, será o sinal de que a população está melhor do que antes. E as empresas brasileiras e estrangeiras estarão investindo mais e mais, buscando aumentar a produção para faturar mais, e gerar mais lucros!

Esta é a lógica.

O medo que temos da inflação vem do tempo que a roda da economia era manuseada por poucas pessoas, as classes A e B, que, quando o país entrava em recessão, o consumo diminuia. Como não éramos importadores, ficávamos nas mãos dos cartéis da indústria nacional que nunca perdiam dinheiro e os preços subiam. E as empresas pequenas quebravam. Vinham as demissões em massa .. e o desemprego.

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Felizmente – e por mais que tentem mascarar a verdade – estamos num período estável economicamente pelos lados de cá. Um ou outro problema pode nos fazer alterar ligeiramente a rota, para corrigi-la, mas a essência da economia brasileira e do projeto de desenvolvimento social com geração de emprego e distribuição de renda, iniciado por Lula, do PT, está se mostrando eficaz.

Tanto que, pasmem!, o Financial Times publicou matéria sugerindo que os países denominados BRICS podem socorrer a Europa e o Euro, pois possuem trilhões de reservas e poderiam encerrar rapidamente a “crise da dívida soberana e bancária zona do Euro “, afirmou o jornal.

Entretanto, continuam: “Os quatro [Brasil, Russia, India e China] não falam como uma só voz”, diz, referindo-se à falta de união destes países, e a China “não entrega almoço grátis nem a Europa tem direito de esperar isso”, argumenta. E conclui:
Os benefícios politicos potenciais da iniciativa [de ajuda dos BRICS a Europa] são óbvios. É lembrança pertinente que os Brics estão conscientes não só da importância da estabilidade do mercado financeiro, mas da redistribuição do poder econômico global do Ocidente para o Oriente e o Sul”.

Assim, caso haja uma unidade de ações econômicas, é provável que as decisões políticas mundiais tomem outro eixo, com a liderança no Hemisfério Sul nas mãos do Brasil.

Que torçam o nariz os analistas medíocres, que trabalham nos porões para desestabilizar as boas intenções do governo brasileiro.

Que se danem os jornalões, seus donos e seus capachos travestidos de jornalistas!

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