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Pode a velha midia espernear o quanto quiser: a cara do Brasil está bem desenhada nas ilustrações abaixo.
Não é preciso ser analista político, nem juiz de direito, nem sociólogo, para compreender o ponto que estamos. Uma clara divisão entre ricos e pobres devidamente amparados pela direita e pela esquerda.
Não resta dúvida que a luta entre TRABALHO e CAPITAL continua viva e que a população, hoje, é muito mais politizada e informada. A informação, diga-se, deixou de ser posse daqueles poucos veículos; passa a ser difundida pelos diversos meios que cada grupo social dispõe.
Diante desta premissa - volto a dizer, baseada nas cores dos mapas abaixo - é fácil compreender as sentenças da AP 470. Os Supremos Juizes cansaram de emitir opinião quando consultados e, invariavelmente, tomaram posição. Sempre à favor do CAPITAL.
Posso citar inúmeros casos como o do banqueiro Daniel Dantas, beneficiado por dois Habeas Corpus em 24 horas, assinados por Dom Gilmar Mendes; sentado sobre a Constituição da República Federativa do Brasil, o STF mandou soltar outro banqueiro, Salvatore Cacciola. Tudo no estrito cumprimento da LEI!
Entretanto, quando se trata de TRABALHO, os Supremos Juizes se revestem na aura de intérpretes da LEI e julgam de acordo a "indícios", "presunção", "dominio do fato" e tantas outras artimanhas que lhes cabe manipular.
Não pretendo, como blogueiro, interpretar o caráter da sentença estabelecida na AP 470. Ninguém pode. Mas sou capaz de ler as entrelinhas das falas de Dom Barbosa e demais membros Supremos e concluir, por minha conta e risco, que este julgamento nada mais é que a confirmação que a JUSTIÇA brasileira continua se comportando como sempre se comportou: A LEI SÓ VALE PARA POBRE!
(Ninguém é capaz de me convencer que Genoino ou Dirceu enriqueceram no período de governo Lula).
Desta vez, entretanto, o alvo das garras do STF não são os Genoinos ou Dirceus. São todos aqueles que apoiam a mudança radical do projeto brasileiro. Coincidentemente, a popularidade do PT está nas periferias dos grandes centros, nos locais mais pobres, nos guetos. É lá que a distribuição de renda mais surtiu efeito. É de lá que se criou a "nova classe média".
Basta analisar os mapas abaixo.
Em São Paulo, Capital, o mapa de votação do primeiro turno para Prefeito é bem definido.
As áreas avermelhadas apontam vitória de Fernando Haddad, do PT, enquanto a área central, azulada, preferiu o candidato tucano José Serra.
Para quem não conhece, a área onde Serra teve mais votos é o centro expandido, onde se localizam os bairros mais nobres da maior cidade do Brasil, enquanto praticamente toda a periferia, classes C, D e E, optou por Haddad.
Já no mapa ao lado, que mostra o resultado do primeiro turno na terceira maior cidade do Brasil, Salvador, Bahia, é igualmente muito bem delimitada a força política de cada candidato.
Em azul, o Neto de ACM, do DEM, domina a orla marítima de Salvador, onde estão os bairros ricos, onde vive a elite econômica baiana.
A área em vermelho, distante da orla , escolheu Nelson Pelegrino, do Partido dos Trabalhadores, como seu candidato preferido, cujas propostas administrativas contemplam a maioria menos favorecida e carente.
É inegável a divisão eleitoral nestas duas capitais onde o embate se dá entre PT e oposição, entre direita e esquerda, entre Trabalho e capital.
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Agora volto à leitura da AP 470.
Não importa o resultado das eleições deste próximo domingo. Os Supremos juizes conhecem as cores do Brasil, de nosso povo. Porisso, condenam baseados em indícios.
Posso concluir que a rigidez do julgamento ocorreu em virtude do quadro eleitoral. Cronometricamente pautado para proferir as penas entre o primeiro e segundo turno. O Supremo relator, Dom Barbosa, soube jogar para a platéia. Marcou viagem para tratamenteo médico e as sessões finais do julgamento serão adiadas. O cálculo foi preciso, mas o estrago não foi feito.
Um fato, que não passou desapercebido, comprova a ineficácia da tentativa de prejudicar o PT:
Não tiveram coragem, até agora, de incluir o Presidente Lula no processo, por mais que os partidos de oposição e a velha midia pedissem. Preferiram pendurar os pescoços de políticos ligados a Lula. Tiveram medo, foram mesquinhos no cumprimento da LEI.
Ou preferiram não provocar a massa.
Lula é querido por mais de 80% da população; a reação poderia tomar rumos incontroláveis num momento de expansão econômica.
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Independente do resultado das urnas, a batalha prossegue. Onde - e como - vai terminar, ninguém sabe.
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