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Cansamos de ouvir, desde a primeira posse de Lula, que a
taxa de juros no Brasil era exorbitante, a maior do mundo, que era a trava do
desenvolvimento, blá-blá-blá.
O que se viu, de 2002 para cá, foi uma substancial redução
da taxa básica de juros, a SELIC, usada pelo Banco Central como referência para
o crédito interbancário e, sobretudo, para a rolagem da dívida interna.
A taxa em Janeiro 2002 era 19,00%, alcançou seu pico entre Março
e Maio de 2003 (26,50%) e está, atualmente, Dezembro 2012, em 7,25%. Ao assumir
seu mandato, a Presidenta Dilma Rousseff recebeu de Lula a taxa de 10,75% e
seguiu no ritmo de redução gradual.
Veja o gráfico abaixo.
Recentemente, o FT – Financial Times, importante periódico
financeiro britânico, pediu a demissão do Ministro da Fazenda, Guido Mantega.
De forma descarada, disse que a condução da política econômica do Brasil estava
seguindo um rumo desastroso e que era necessário trocar o comando da equipe
econômica de Dilma Rousseff.
O que se viu, à partir daí, foi um número crescente de “analistas”
econômicos seguirem a mesma linha. De uma hora para outra, a economia brasileira
não andava bem; a mídia fundamentalista ecoava reclamações de "empresários”,
“banqueiros”, “professores de economia”, e outros curiosos, na busca da queda
de Mantega (que se mantém no cargo).
É verdade que o PIB brasileiro não correspondeu às previsões
do início de 2012. Esperava-se um crescimento mais consistente mas, diante do
quadro econômico internacional, o crescimento, ainda que positivo, ficou abaixo
do esperado.
São várias as razões para a queda. Entre elas, o fraco
desempenho do PIB da Europa do Euro, dos Estados Unidos e, sobretudo, da China.
Este 2012 não foi o que se esperava no mundo. Nem no Brasil, visto que somos
uma economia integrada ao mundo globalizado e, portanto, interdependente do
resultado de nossos parceiros.
Mas, por qual razão a mídia fundamentalista não reconhece
que nenhum país alcançou sua meta de crescimento, e insiste que a culpa é do
Ministro da Fazenda de Dilma?
Simples: A TAXA SELIC.
Historicamente, o mercado de capitais no Brasil girou em
torno do financiamento da dívida pública do Governo Federal. Quando a taxa de
remuneração era alta, o capital especulativo deitava e rolava nas costas do
Brasil. Grandes somas eram deslocadas dos mercados considerados mais seguros –
EUA, Japão e Alemanha – onde eram remuneradas a taxas próximas de ZERO e
aportavam no Brasil para obter ganhos financeiros estratosféricos.
Com Lula, a mamata começou a acabar. Em oito anos de
mandato, reduziu pela metade a taxa de juros e agora, com Dilma, está no menor
patamar de toda a história econômica do Brasil.
7,25% ao ano. Descontada a inflação de 2012, sobrará algo em
torno de 2 a 3% de juro real ao ano. Parece pouco? Vá pesquisar quanto paga o Banco
Central dos EUA ...
A solidez do crescimento do país, a continuidade dos
programas sociais e o ingresso no mercado consumidor das classes antes excluídas;
o quase pleno-emprego e o aumento dos níveis salariais dos últimos anos (na
última década, o salário-minimo brasileiro obteve crescimento real de mais de
70%); a extraordinária reserva de dólares no Brasil (250 bi) e a extinção da
dívida externa; o aumento das exportações de Commodities e a política cambial mais realista, favorecendo tanto o
importador quanto o exportador, todas estas razões contribuíram para a drástica
redução da taxa de juros SELIC nos últimos anos.
Esperneiam os bancos e os investidores de plantão,
especuladores, empresas que não gostam de risco e adoram ganhar sem produzir ou
gerar emprego. Apoiados pelo fundamentalismo da direita antidemocrática, que
privatizou tudo o que pôde e nada contribuiu para que o Brasil se tornasse
menos desigual, essa gente morre de medo de perder.
O medo tem o tamanho da taxa de juros.
7,25% ao ano é o tombo dos incompetentes.
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