29 de dez. de 2012

7,25% - O TAMANHO DO MEDO.



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Cansamos de ouvir, desde a primeira posse de Lula, que a taxa de juros no Brasil era exorbitante, a maior do mundo, que era a trava do desenvolvimento, blá-blá-blá.

O que se viu, de 2002 para cá, foi uma substancial redução da taxa básica de juros, a SELIC, usada pelo Banco Central como referência para o crédito interbancário e, sobretudo, para a rolagem da dívida interna.

A taxa em Janeiro 2002 era 19,00%, alcançou seu pico entre Março e Maio de 2003 (26,50%) e está, atualmente, Dezembro 2012, em 7,25%. Ao assumir seu mandato, a Presidenta Dilma Rousseff recebeu de Lula a taxa de 10,75% e seguiu no ritmo de redução gradual.

Veja o gráfico abaixo.


Recentemente, o FT – Financial Times, importante periódico financeiro britânico, pediu a demissão do Ministro da Fazenda, Guido Mantega. De forma descarada, disse que a condução da política econômica do Brasil estava seguindo um rumo desastroso e que era necessário trocar o comando da equipe econômica de Dilma Rousseff.



O que se viu, à partir daí, foi um número crescente de “analistas” econômicos seguirem a mesma linha. De uma hora para outra, a economia brasileira não andava bem; a mídia fundamentalista ecoava reclamações de "empresários”, “banqueiros”, “professores de economia”, e outros curiosos, na busca da queda de Mantega (que se mantém no cargo).

É verdade que o PIB brasileiro não correspondeu às previsões do início de 2012. Esperava-se um crescimento mais consistente mas, diante do quadro econômico internacional, o crescimento, ainda que positivo, ficou abaixo do esperado.

São várias as razões para a queda. Entre elas, o fraco desempenho do PIB da Europa do Euro, dos Estados Unidos e, sobretudo, da China. Este 2012 não foi o que se esperava no mundo. Nem no Brasil, visto que somos uma economia integrada ao mundo globalizado e, portanto, interdependente do resultado de nossos parceiros.

Mas, por qual razão a mídia fundamentalista não reconhece que nenhum país alcançou sua meta de crescimento, e insiste que a culpa é do Ministro da Fazenda de Dilma?

Simples: A TAXA SELIC.

Historicamente, o mercado de capitais no Brasil girou em torno do financiamento da dívida pública do Governo Federal. Quando a taxa de remuneração era alta, o capital especulativo deitava e rolava nas costas do Brasil. Grandes somas eram deslocadas dos mercados considerados mais seguros – EUA, Japão e Alemanha – onde eram remuneradas a taxas próximas de ZERO e aportavam no Brasil para obter ganhos financeiros estratosféricos. 

Com Lula, a mamata começou a acabar. Em oito anos de mandato, reduziu pela metade a taxa de juros e agora, com Dilma, está no menor patamar de toda a história econômica do Brasil.
7,25% ao ano. Descontada a inflação de 2012, sobrará algo em torno de 2 a 3% de juro real ao ano. Parece pouco? Vá pesquisar quanto paga o Banco Central dos EUA ...

A solidez do crescimento do país, a continuidade dos programas sociais e o ingresso no mercado consumidor das classes antes excluídas; o quase pleno-emprego e o aumento dos níveis salariais dos últimos anos (na última década, o salário-minimo brasileiro obteve crescimento real de mais de 70%); a extraordinária reserva de dólares no Brasil (250 bi) e a extinção da dívida externa; o aumento das exportações de Commodities e a política cambial mais realista, favorecendo tanto o importador quanto o exportador, todas estas razões contribuíram para a drástica redução da taxa de juros SELIC nos últimos anos.

Esperneiam os bancos e os investidores de plantão, especuladores, empresas que não gostam de risco e adoram ganhar sem produzir ou gerar emprego. Apoiados pelo fundamentalismo da direita antidemocrática, que privatizou tudo o que pôde e nada contribuiu para que o Brasil se tornasse menos desigual, essa gente morre de medo de perder.

O medo tem o tamanho da taxa de juros. 

7,25% ao ano é o tombo dos incompetentes.

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