31 de dez. de 2012

INTERNET : O PESADELO DA MIDIA.

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Trecho do livro MAINSTREAM, do francês Frédéric Martel (Ed. Civilização Brasileira), sobre a guerra global das midias e das culturas:

"(...) Jack Valenti já tinha mais de 75 anos quando conheceu seu pior inimigo - pior, para ele, do que a guerra do Vietnã, que no entanto pusera fim à carreira de seu mentor, Lyndon Johnson. Esse inimigo é a Internet. (...)  A Internet é um verdadeiro inimigo pessoal para ele, sua obsessão, seu pesadelo (...)"

Jack Valenti foi Presidente da gigante MPAA - Motion Picture Association of Amercia, braço politico e lobby de Hollywood nos EUA. Era quem controlava o que se deveria dizer, escrever ou filmar; quem decidia quais filmes deveriam ser rodados, ou não. Famoso arrecadador de fundos para as campanhas presidenciais de presidentes dos EUA, fossem Democratas ou Republicanos.
Até hoje, a influência de Hollywood sobre o resto do mundo se mantém, com poderosos lobbies em governos de todos os países, orientais, inclusive, promovendo festinhas regadas a bebidas, mulheres e drogas.
É assim que se compra a alma de parlamentares, juízes, Presidentes e Primeiros Ministros. Nos países civilizados e nos não-civilizados igualmente.

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O temor que a Internet provoca nos meios de comunicação tradicionais não é novidade.
No fundo, representa a perda do controle sobre a informação, o que antes era monopólio dos grandes grupos empresariais agora passa para as mãos de qualquer sujeito, de qualquer parte do mundo, sem nenhum investimento importante além de um computador e uma conexão em banda larga.

O perigo que representamos é real: basta um pouco de coerência para derrubar os mitos e verdades que o fundamentalismo vem impondo desde que existe a comunicação de massa.

Chamo a midia de fundamentalista pela simples razão dela ter adotado uma postura tão radical, feroz e agressiva em relação a temas que falam diretamente às sociedades em geral, que mais se assemelham a um terrorista recheado de bombas prestes a explodir sua cabeça!

No pós Guerra, com a divisão do mundo entre Capitalismo e Comunismo, o que se viu foi uma ação muito bem coordenada de ambas as partes: se, por um lado, a União Soviética censurava opiniões divergentes, o capitalismo, liderado pelos EUA, colocava os meios de comunicação ocidentais à serviço da opinião única, do bem estar que o Capital é capaz de proporcionar. Uma censura direta, objetiva, manipulada por dezenas de governos do mundo ocidental que repetiam a mesma coisa, sempre, sem deixar oportunidade para a opinião contrária.
A propaganda é alma do ... domínio.

Liberdade de expressão, hoje, tornou-se artigo raro. Nem mesmo nos países mais desenvolvidos do Velho Continente existe a verdadeira liberdade de dizer o que se pensa: o controle é total. Tão, ou mais, perigoso que a mera censura da China ou da Coréia do Norte ...

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O que estamos vendo neste inicio de Século XXI é a volta a Idade Média, quando a liberdade era controlada por Papas, Reis e Imperadores.

Os interesses econômicos tomam a consciência das pessoas que não se dão conta dos males que a propaganda fundamentalista produz.

O exemplo claro, para este blogueiro, é a situação da Europa Ocidental, seus países sócios da Zona do Euro em pleno colapso capitalista, e suas populações perdendo poder de consumo. Tudo o que se fala a respeito remete à economia. Não levam em conta o real sofrimento de pessoas de carne e osso que - como aconteceu na Espanha, recentemente - se suicidam quando não podem pagar a hipoteca de suas casas.

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Voltando ao título deste post: o pesadelo deles será nossa arma para destruir o poder que os sustenta.

Desde os anos 60, o dominio foi total. Grandes conglomerados empresariais, bancos, redes de serviços internacionais, artistas, enfim, uma quantidade imensa de energia dispendida para fazê-lo acreditar no que é certo, no modo de você se vestir, agir, falar, comer ...  beba Coca-Cola !

O que temos hoje, graciosamente concedido pelos gênios da comunicação, é um meio de difusão de idéias, pensamentos, opiniões e diversão que está se voltando contra eles: minha liberdade de expressão depende exclusivamente de mim e alcança tantos quanto são capazes de ler o que escrevo.

FELIZ 2 MIL E 13!

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