3 de mai. de 2014

CONSEQUÊNCIAS ÓBVIAS DO RETROCESSO.



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Se a corrida ao Planalto começou – e começou mesmo! – as correntes de oposição passam a enviar recados cada vez mais claros à sociedade e ao mercado. À sociedade, visando apoio eleitoral na urna; aos mercados, buscando financiamento para as campanhas.

O MENINO DO RIO, por exemplo, já disse que deverá tomar “medidas impopulares” se vencer. Seu guru financeiro Arminio Fraga emitiu alguns sinais de quais poderão ser estas medidas: controle do gasto público e contenção dos salários.

Já o BONITÃO DO AGRESTE, que vem colado na popularidade da FADA DA FLORESTA, sem ter onde amarrar seu jegue, disse através da boca de seu auxiliar Eduardo Gianetti da Fonseca que seu programa de governo não trará diferença relevante em relação ao programa tucano. Portanto, o mesmo método será usado para formular a política de governo se os socialistas vencerem.

O discurso de ambos deixa clara a mudança no rumo da economia caso Dilma não seja reeleita. Ou seja, a volta ao passado, o retrocesso aos tempos do FMI, dos altos juros, do alto desemprego e, principalmente, da concentração de renda.

Na essência, trata-se de um modelo esgotado. A crise mundial de 2008, que se arrasta até hoje, exigiu maior interferência do Estado na economia, exatamente como foi feito nos governos Lula e Dilma. Investimento público para geração de emprego e renda. Não é por outra razão que somos um dos países com maior empregabilidade e distribuição de renda.

Aliás, a tal distribuição de renda, motor da redução da desigualdade social, é responsável pela baixa suscetibilidade aos danos causados pela crise mundial. Enquanto países da Europa e mesmo os EUA empobrecem, China, India Brasil, Russia e África do Sul sentem pouco as turbulências no quesito bem estar social.

Mas, qual a razão dos candidatos da oposição irem buscar esta fórmula tão perversa para a população?
Simples. Ao frear os salários, aumentar a taxa de juros, reduzir drasticamente o investimento do Estado e sua influência na economia, diminuem o PIB mas mantém o instrumento base da concentração de renda: o monstro chamado SUPERÁVIT PRIMÁRIO.

O que nada mais é que economizar um determinado valor para pagar os juros da rolagem da dívida, e deixar por conta dos agentes do mercado os rumos da economia. Todos nós sabemos que o mercado sempre se protege, reajusta preços, faz cartel, suborna, atua como proprietário das leis que jura proteger, mas manipula. O mercado é o grande responsável pelo empobrecimento da Europa e dos EUA, que joga com o capital especulativo em detrimento das famílias que reduzem, a cada dia, seu padrão de vida.

A classe média norteamericana já está mais pobre que a classe média europeia, e este círculo vicioso leva ao caos social. Desemprego e sofrimento.

Em 2002 Lula foi eleito para implementar programas sociais de apoio às famílias. Dilma os ampliou. Trouxemos para o consumo milhões de pessoas que hoje ascenderam de classe e são justamente estas pessoas que movem a economia atual.

Se o modelo do retrocesso vencer, as consequências são absolutamente desastrosas e previsíveis. Basta ver o que aconteceu no Primeiro Mundo quando o Estado se retirou da vida das pessoas.

Para aqueles que estão do lado do Estado Mínimo, recomendo estudarem as medidas que os governos dos países desenvolvidos adotaram para tentar superar a crise. Interferência direta na economia injetando bilhões, até trilhões, de dólares para tentar frear o descontrole. Aumento de gasto e endividamento público.

Se é para concentrar renda, o caminho é votar na oposição.

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Um comentário:

Anônimo disse...

"Menino do Rio", "bonitão do Agreste" e "Fada da Floresta" caíram muito bem nos políticos a que se referem. Para terminar, faltou apenas a "Anta do Planalto", que ainda mais que os três citados, faz jus ao apelido com perfeição.