17 de abr. de 2009

Debate: PT X PSDB

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Travou-se um debate entre duas importantes figuras do cenário político brasileiro atual. Alberto Goldman (PSDB), vice-governador de São Paulo, e José Dirceu (PT), ex-ministro da Casa Civil do governo Lula. Deu-se através da coluna tendências/debates da Folha Tucanalha de São Paulo nos dias 05/04 (Goldman) e 17/04 (Dirceu).

O artigo de Goldman, intitulado “Eis a minha contribuição ao debate ideológico. Estou convicto de que a sociedade brasileira deve travar esse debate para 2010” revela a estratégia tucana para as próximas eleições presidenciais. Pretende, como está claro no artigo, qualificar o PT como um partido sectário, socialista à moda soviética, com projeto de poder ao invés de projeto de nação.

Cita a resolução do Diretório Nacional do PT, de 10/02/2009, e a análise sobre a crise financeira internacional. Quer fazer crer que o Partido dos Trabalhadores está atravessando a crise sem grandes dificuldades por causa do excelente governo que o antecedeu, de FHC, e vê como única qualidade do governo de Lula a continuidade às ações do governo tucano anterior, ou “controle da inflação, responsabilidade fiscal, aumento da participação da iniciativa privada nos projetos de infraestrutura e fortalecimento do sistema financeiro nacional.

A resposta de José Dirceu, no artigo “Goldman escreveu um artigo como "contribuição ao debate ideológico". Quem esperava ideias frescas e relevantes ficou frustrado”, rebate a tendenciosidade maliciosa de Goldman.

Dirceu deixa claro que o partido tem “compromisso com a transformação social a partir dos mecanismos da democracia e da participação popular está na raiz do petismo” e que a herança que Lula recebeu foi a pior possível; um país com inflação em alta, altos índices de desemprego, dolar descontrolado, déficit nas contas públicas e disparada nas dívidas interna e externa.

Está claro o posicionamento que o PSDB adotará na campanha do Coroné José Serra à presidência da República. Querem desqualificar o PT enquanto partido político, pois perceberam, atrasados, é verdade, que de nada adianta bater na imagem do presidente Luis Inácio.

Intitulam-se bons gestores da coisa pública mas, como já disse em postagens anteriores, os tucanos são entediados demais para gerir o patrimônio público construído com dinheiro e suor de nosso povo. Preferem privatizar, vender nossos bens a preços de banana, como fez FHC em seus 8 anos infelizes à frente do governo.

No final de seu artigo, Goldman decreta que em 2010 o debate entre os candidatos deverá se dar “entre um projeto de poder de exclusividade de um grupo político ou um projeto de país com foco na justiça social, comprometido com a ampliação dos espaços democráticos e de cidadania”, como se seu partido soubesse lidar com os enormes problemas sociais que afligem nossa população. Goldman deve ter esquecido da promessa que Lula fez na campanha de 2002, dizendo que criaria 10 milhões de empregos. Eram 10 milhões de brasileiros que os tucanos não souberam empregar, ou não quiseram, ou não tiveram a mesma vontade política de quando inventaram o PROER, programa de salvamento de bancos privados.

Lula cumpriu sua promessa, e criou mais de 10 milhões de empregos nestes quase 7 anos de governo.

Assim é o comportamento tucano.

Querem passar a imagem de administradores competentes, apoiados e financiados pelo grande capital e pela grande imprensa. Tivessem sido bons, a popularidade de FHC não estaria ao nível do chão ao final de seu mandato, contrário aos índices de Lula.

O projeto do PT é a inclusão dos brasileiros no mercado de consumo, é aliviar os milhões de pobres condenados pelo neoliberalismo tucano a continuarem pobres. O projeto de país que queremos é o do desenvolvimento com geração e distribuição de riqueza.

Felizmente, o povo do Brasil já percebeu a verdeira face dos tucano-demos. Alberto Goldman, ex-comunista do PCB, não teve capacidade de ouvir a população antes de defender os métodos tucanos de gestão. Tornou-se um intelectual medíocre, amparado pelo “sectarismo antipetista das elites paulistanas”, como bem definiu José Dirceu. É um político que “paga pedágio à oligarquia para que seja esquecido seu passado.”

Link dos artigos (somente para assinantes uol e FSP)
José Dirceu
Alberto Goldman

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