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Mais de 50 mil páginas de informações sobre partidos politicos, movimentos sociais, igrejas e sindicatos foram produzidas pelos governos tucanos de São Paulo pós-ditadura militar.
É o que revela matéria do portal iG desta semana, assinada por Ricardo Galhardo. Clique aqui para ler matéria completa.
O DCS – Departamento de Comunicação Social da Policia Civil de São Paulo, criado em 1.883 pelo então governador tucano Franco Montoro, substituiu o temido DOPS – Departamento de Ordem Politica e Social, braço criminoso da ditadura militar, infiltrava agentes da Policia Civil paulista em eventos partidários, fotografava e elaborava dossiês sem que houvesse qualquer indício de crime. Acompanhava todos os movimentos de lideranças politicas e de entidades populares com a única finalidade de obter informações sigilosas para o governo tucano.
Os documentos a que o portal teve acesso comprovam atos de arapongagem e espionagem a mando do governo de São Paulo, contra todos os partidos politicos da época. Em 1.995, em seguida à posse do governador tucano Mario Covas, as referências ao PSDB e PFL (atual DEM) subitamente acabam. Mas continua a espionagem contra o PT, CUT, artistas e Igreja. Em 1.999, Mário Covas extingue o DCS.
Não é de se estranhar as frequentes denúncias dos tucanos contra dossiês petistas. O método utilizado por nomes importantes do PSDB é exatamante o de produzir informações, via espionagem, que os leve a obter munição contra a esquerda brasileira. Fizeram isso mesmo depois de 15 anos do fim da ditadura militar, que eles dizem terem combatido.
Medo.
A pouca habiliadade politica destes cidadãos covardes, amparados sob uma suposta social-democracia, os faz acreditar estarem acima das leis e do dever politico. O pavor de perderem eleições para grupos à esquerda os fez – e deve ainda fazer – tomarem atitudes ilegais e desonestas. Qual outra explicação para o uso de uma entidade estatal, a Policia Civil, para transformar um policial em bandido, já que se valeram de espionagem criminosa?
É muito provável que meios de comunicação tiveram acesso a estas informações produzidas na ilegalidade. A estreita ligação do alto comando tucano com a parte reacionária da midia brasileira pode ter começado nesta época. Todos sabem que as familias que controlam os grandes veículos da imprensa eram comprometidas com os militares golpistas e, para manter seus privilégios e gordos anúncios, devem ter auxiliado na busca da informação.
Uma verdadeira máfia.
Segundo o iG, o dossiê 079(PT) está recheado de recortes de jornais e transcrições de reportagens de TV à respeito de Lula, Marta e Eduardo Suplicy, José Dirceu, Leonel Brizola, Miguel Arraes; das crises do PT e de suas disputas internas; também de movimentos populares e de nomes como Chico Buarque, Martinho da Vila, Dom Paulo Evaristo Arns, entre outros. Há nele, ainda, relatos de infiltração de agentes do DCS em eventos petistas além da produção de informação própria, tipico trabalho de espiões.
O dossiê 305 é exclusivo para o então prefeito de Ribeirão Preto, Antonio Palocci, visto pelos tucanos como uma forte liderança. Tudo acompanhado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.
Vale lembrar a história.
Em 1.998, um ano antes da extinção oficial do DCS, tanto Mário Covas quanto Fernando Henrique Cardoso, o nefasto, foram reeleitos para o cargo de Governador de SP e Presidente da República, respectivamente. É lógica a suposição de que estes dossiês serviram de base de informação, ou, até, chantagem, para a as campanhas eleitorais destas figuras nocivas. Na ilegalidade.
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