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Estamos assistindo, nesses últimos dias, a um espetáculo de hipocrisia nunca antes visto na história da humanidade. E não falo apenas do Brasil - onde a imprensa é comprometida até o pescoço -, mas da mídia internacional.
James Moore, do Huffington Post, escreveu um artigo intitulado UMA NAÇÃO DE BOBOS DA CORTE, referindo-se aos Estados Unidos da América. Ele diz:
Não deixe eles te dizerem que o derretimento econômico é uma confusão complicada. Não é. Nossa crise financeira nacional é facilmente entendível por qualquer pessoa que tenha visto cobiça e hipocrisia. Mas agora testemunhamos as duas em escala profunda e monumental.
Aqui, como não poderia deixar de ser, a Rede Globo, os jornais FSP, Estadão e O Globo e as revistas Época e Veja, comportam-se da mesma forma: tratam de esconder as verdadeiras razões para a maior crise financeira desde o crash de 29.
Na cobertura da imprensa brasileira, que pude acompanhar, falam de sub-prime e de derivativos como se as pessoas compreendessem do que se trata; colocam no ar "especialistas" para detalhar em bom economês o que está acontecendo. Mas escondem a verdade.
O povo americano pressionou os deputados, principalmente os republicanos, para não aprovarem o pacote de ajuda aos bancos em dificuldade. Essa foi a razão da maior derrota do já derrotado presidente George Walker Bush no congresso dos Estados Unidos!
Se, por um lado, o Banco Central americano, e os Bancos Centrais europeus, são liberais na divisão de lucros, por outro lado são socialistas na repartição dos prejuízos. Essa verdade a imprensa também esconde, para evitar a desmoralização definitiva.
Vou repetir: a hipocrisia está tomando conta da informação!
O que deveria ser ético e coerente na cobertura de episódios como essa grave crise financeira, está sendo tratado de forma desonesta, demagógica e perigosa, uma vez que a imprensa mundial abandonou o respeito a seus leitores e passou a dizer o que bem entende, sem escrúpulos e sem vergonha na cara.
O que vai acontecer com sua credibilidade, daqui para a frente, é incerto; assim como os Bancos de Investimentos alavancaram seus negócios da forma mais irresponsável possível, gerando a falência da estrutura financeira mundial, a mídia, com seu comportamento pequeno, egoísta e burro, seguirá o mesmo caminho, ou seja, o descrédito total de suas palavras.
Já é hora de nos levantarmos contra essa imoralidade que se transformou a informação. O oligopólio e os interesses econômicos que envolvem a notícia devem ser revistos, sob pena de pagarmos ainda mais caro, no futuro, a conta que será deixada pelos irresponsáveis donos de jornais, rádios e televisões do mundo ocidental.
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