3 de jan. de 2009

Neo-Coronelismo à Paulista

***
Quem ainda não percebeu o nascimento do neo-coronelismo paulista, deve prestar mais atenção aos atos, gestos e palavras de seu governador, José Serra, aquele que tem em seu curriculum político o sangue da adolescente Eloá, ao não impedir o ato criminoso de sua polícia ao invadir o apartamento onde ela era mantida refém.

Sua pretensão política, seu sonho utópico de ser o Presidente da República do Brasil, o faz agir da mesma forma que agiam os velhos coronéis do Nordeste. Agora, Coroné Zé Serra age igual a eles; passa por cima da ética, do respeito às instituições, com covardia e maucaratismo.
A diferença dos antigos coronéis é que mandavam e desmandavam ancorados na paixão popular de seus eleitores; eram aclamados pelas ruas como os heróis libertadores de todos os males, que eles mesmos eram os causadores.
E eram criticados pelos paulistas pela postura reacionária e violenta com que atuavam.


Coroné Zé Serra, e seu dedo autoritário


Com o Coroné Zé Serra a coisa é um pouco diferente.
Já levou ovos na cabeça, atirados por professores manifestantes indignados com a política salarial do estado de São Paulo. Apesar de ser odiado por grande parte do povo brasileiro, conseguiu espaço na mídia para se promover.
Antigamente, coronel se impunha na bala!
Hoje, Coroné se esconde atrás das câmeras da Globo e dos flashes das máquinas fotográficas dos jornais da imprensa comprometida brasileira.

Um bom exemplo do neo-coronelismo foi a última eleição municipal de São Paulo.
O candidato do partido do Coroné Zé Serra, o ex-governador Geraldo Alckmin, foi excluído da disputa à prefeitura pelo desconhecido Kassab (desculpe, mas não lembro o primeiro nome dele) pelo próprio Coroné Zé Serra. Kassab é do Dem. Alckmin, do PSDB.
Alckmin foi o candidato do PSDB à Presidência da República em 2005, apoiado pelo Coroné Zé Serra e todo o resto dos tucanos.

O humilde Kassab, em pose bobo-da-corte

Mas, como é, então, que Geraldo Alckmin pode servir para ser Presidente da República do Brasil, e não servir para ser prefeito de São Paulo?
Não dá prá entender, a não ser como fato político necessário para assentar os fundamentos do neo-coronelismo no sudeste do Brasil, especificamente no ninho tucano de São Paulo.

Fica cada vez mais evidente o engodo.
Enquanto consegue iludir considerável parcela da população mais à direita no país, o Coroné vai acreditando que pode alcançar o posto mais alto na Nação.

O risco, é seu pessoal do marketing tentar elevar o nome do Coroné mais alto, mandando matar seus opositores, como se fazia antigamente. Particularmente, não acredito nesta possibilidade, mas ...



No finzinho de 2008, as Tevês do país inteiro foram inundadas pela propaganda da empresa de águas do estado de São Paulo, SABESP. É certo que era propaganda institucional, e tentava mostrar a imagem de um estado desenvolvido e feliz. São Paulo! Ficou parecendo propaganda eleitoral.


A intenção do Coroné Zé Serra é querer mostrar ao resto do Brasil sua eficiência administrativa.
Mas esconde - e a mídia colabora - as catástrofes que a mesma água que abastece a capital paulista, através da SABESP, é aquela que inunda ruas e casas em período de chuvas!
Problemas que parecem menores diante da vontade do Coroné em se eleger Presidente.


O dilúvio que o Coroné Zé Serra esconde será sua maior derrota diante de um povo calejado por tantos malefícios causados pelo neo-coronelismo tucano em São Paulo.

***

3 comentários:

Maria José Speglich disse...

Concordo contigo, exceto, no caso Eloá.
Assim, você minimiza o assassino estúpido Lidemberg e não fala da Sonia Abrão, que atrapalhou as negociações.

Mas com todas as outras coisas concordo plenamente.

JÚLIO PEGNA disse...

Maria José;
Obrigado pela visita!
Meu ponto de vista, nesta postagem, à respeito do assassinato de Eloá Cristina, não é penal, mas político.

Como governador, o Coroné Zé Serra tem os instrumentos necessários para convocar a elite inteligente da PM (e pode acreditar, ela existe!)para solucionar o sequestro antes do desfecho trágico.
Mas ele preferiu arrastar a questão. Segundo a SWAT americana, através de um líder de tropa brasileiro, o Coroné deveria ter mandado intervir antes. Demorou pq ao mesmo tempo havia a briga das Polícias Civil e Militar, e o sequestro de Santo André "escondia" as manchetes da crise policial na imprensa corrupta paulista.

O assassino Lindemberg está preso, será julgado e condenado; Sonia Abrão nem sei quem é, mas se atrapalhou as negociações, como vc diz, deve ser responsabilizada tb.

Segundo fontes da inteligência policial, a morte da garota poderia ter sido evitada, desde que alguém tomasse a decisão política e assumisse o risco da invasão no momento mais oportuno, a risco reduzido.
Coroné não quis.
Coroné teve medo.
Coroné é covarde.
Coroné não sabe ser gestor!

Grande abraço e volte sempre!
Júlio Pegna

La Pasionaria disse...

Esse infeliz está mais para Capo da cosa nostra, está nos seus genes clabreses.
Maledeto, mafioso.

PS. o nome do fantoche é Gilberto Kassab, mas durante a campanha foi chamado por jornalistas de Geraldo Kassab. A foto que você postou está hilária, traduz o que essa figurinha ridícula é: um bobo da corte do mafioso.