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Serra: o rufião melancólico
Como cenário, uma favela fake, montada num estúdio, com artistas que simulam uma roda de samba. Muita gente pobre, para sensibilizar o telespectador.
Fazer-se chamar de Zé. De fundo, um jingle que diz quando o Lula da Silva sair, é o Zé que eu quero lá.
O candidato da oposição parece um rufião melancólico.
O primeiro programa eleitoral gratuito tucano na TV mostrou hoje, com bastante clareza, quem é a direita no Brasil. O que pretende e a quem pretende manipular e iludir.
O rufião melancólico, personagem do escritor argentino Roberto Arlt (1900-1942 - a quem tive o prazer de ser apresentado recentemente), é aquele que, ao ver uma mulher, a primeira coisa que lhe passa pela cabeça é: "na rua, ela não renderia mais que 10 ou 20 pesos. Nada mais!" É um ser deprimido que não vê nada além de seu pequeno mundo; não conhece as pessoas que o cercam e nem tem vontade de mudar. Fecha-se em suas próprias crenças como se tudo se resumisse ao seu redor. Agencia mulheres num prostíbulo e não é capaz de ser feliz. Porisso, a melancolia.
Assim é a oposição no Brasil de hoje. Não teve a capacidade de enxergar a alternativa oferecida pelo Partido dos Trabalhadores ao país, depois de oito anos de mandato de Lula. O projeto é simples e de fácil execução, porém depende de uma visão de Brasil que a direita nunca teve vontade de absorver: crescimento com distribuição de renda e emprego.
José Serra está melancólico. Nem seus aliados o citam em propaganda eleitoral. Entregue às manobras de seus marketeiros, não tem discurso, não tem bandeiras e se cerca de pessoas pobres para dizer a todos que é humilde também. Adoraria estar na garupa de Lula, o operário semi-analfabeto que sempre criticou. Suas chances se esvaem à medida que o tempo passa. E como passa depressa!
Falta coragem aos demo-tucanos para atacar o Presidente Lula, porisso o citam no programa numa mensagem que remete a Serra como seu sucessor.
É mentira.
Quando Lula da Silva sair, terá deixado um país melhor.
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