23 de ago. de 2009

SEM NOVIDADE.

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Texto baseado no Editorial da Folha de São Paulo de hoje.
Sustentando o senador Arthur Virgilio no Conselho de Ética, o PSDB simplesmente repete o clássico roteiro a que já se assistiu durante os 8 anos de mandato do nefasto FHC.
Provoca alguma tristeza, e alguns sorrisos, o drama pessoal do líder tucano no Senado, que confessou ter um funcionário no exterior, por 2 anos, mantendo seu salário; admitiu ter feito o Senado Federal pagar despesas médicas de sua mamãezinha a cifras muito acima do permitido em lei. Mais vale o silêncio do que qualquer comentário crítico.
Não cabe, aqui, julgar dilemas individuais de quem quer que seja. O que importa notar, entretanto, é o vazio partidário e político que se abriu no país depois da eleição de Lula. Só se fala do PT, como se a oposição não mais existisse, a não ser para acusar – quase sempre, sem qualquer fundamento legal.
Mais do que cogitar acerca do caráter pessoal dos comediantes demo-tucanos, seria importante refletir sobre as condições práticas do que, a torto e a direito, chama-se a "governabilidade".
De fato, é necessário preservar a ordem nos negócios do Estado, nem que para tanto a midia corporativa, sua parcela comprometida até o pescoço, grite e acuse ainda mais que a oposição.
Em nome de uma candidatura legítima e desenhada para dar prosseguimento ao projeto de desenvolvimento do Brasil -a da ministra Dilma Rousseff-, cumpre defender os interesses de um partido aliado, esta ou aquela personalidade sob o foco das investigações baseadas em recortes de jornal, além de acusações infundadas, levianas e mentirosas.
No fundo, reedita-se hoje um comportamento político que a Constituição de 1988 impôs ao criar este modelo de gerenciamento administrativo, que leva a distorções: só são colocados em prática projetos cujo Congresso aprecia e aprova, portanto, os acordos politicos passam a ser de fundamental importância para que o país não páre. Sobretudo, diante de uma oposição maldosa e sem caráter, apoiada em grandes veículos de comunicação que disseminam a sujeira pelos telejornais noturnos.
Princípios, valores, códigos e programas não importam nesse modo de fazer jornalismo e oposição no Brasil. As caracteristicas próprias do politico brasileiro perderam-se diante dos holofotes da midia que montam e desmontam personagens publicos a seu bel prazer. Trata-se, principalmente, do predomínio do favorecimento da alguns veiculos ao darem mais ou menos espaço para certas figuras públicas, em detrimento da racionalidade do jornalismo decente, ou, ainda pior, da honestidade em assumir suas preferências partidárias.
Lula, Sarney e Dilma estão sendo os alvos da falta de caráter de jornalistas-mercenários, que abdicaram de valores e princípios em nome dos salários pagos pelos donos de jornais. A política se transforma em acobertamento mútuo e camaradagem sem escrúpulo, como se comprova na quase total falta de cobertura que se deu ao arquivamento do processo contra o senador Arthur Virgilio.
Naufragam nesse processo tanto o PSDB -associado aos mais atrasados politicos do PFL - como a midia corporativa; levaram para o ralo a profissão de jornalista, valioso instrumento, se é que alguém se lembra, da luta contra a ditadura.
O que resta de toda a farsa?
Muito pouco.
Talvez algumas atitudes individuais; talvez as reações da opinião pública que revela estar firme ao lado da candidata Dilma Rousseff e do Presidente Lula, a oponião pública que acompanha cada lance de desmoralização midiatica e a vergonha pessoal de certos politicos outrora respeitados neste país, como FHC, por exemplo.
Tempos de mudança.
De crescimento e distribuição de renda e emprego.

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