10 de dez. de 2009

QUANTO VALE UM GOVERNADOR

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CORRUPÇÃO: Via de mão dupla.

Até onde sei, a corrupção só é possivel quando envolve, no mínimo, duas pessoas. Não conheço casos de gente que se vende a sí mesmo.

O caso do governador do Distrito Federal, José Roberto Panettone Arruda, é o exemplo típico de corrupção. Empresas privadas beneficiadas com obras e licitações repassavam dinheiro de caixa 2 para o governador, que repartia entre os envolvidos.

A imprensa divulgou farto material comprovando que o dinheiro ia parar nas meias e cuecas dos corruptos. Imagens gravadas por um secretario de governo de Panettone Arruda foram escancaradas em todos os telejornais. O risco de perda de mandato é grande. A desmoralização, é fato.

Mas, e as empresas que ofertaram o dinheiro, onde estão?

Quem são os responsáveis pela compra de funcionários públicos; qual o nome dos diretores das empreiteiras doadoras de tanto dinheiro? De onde vinha este dinheiro, que não do caixa 2 destas empresas que, portanto, sonegaram impostos?

Por qual razão a culpa sempre é do funcionário público, se a corrupção envolve agentes privados que oferecem dinheiro em troca de ganhos ainda maiores?

Qual será o percentual de ganho das empresas que corrompem, se oferecem propinas de 10, 20, até 30 por cento do valor que recebem? Se pagam um terço do que ganham é correto pensar que seus lucros são superiores a 10 vezes o preço de um governador?

Às vezes começo a pensar quanto valem as pessoas.

Um governador, por exemplo. Será que vale mais que um jornalista? Que um dono de emissora de TV? Que um empreiteiro?

Nenhum vale nada. O governador que se vende ao empreiteiro em troca de uma pequena parte do produto do roubo; é acobertado pelo jornalista, a mando de seu patrão, que não acusa a empresa que suborna porque são anunciantes de seu jornal ou TV .

Diante de fatos como os do Panettone Arruda, escolhem uma “vitima” e salvam os demais. A fonte do roubo, a empresa privada que corrompe, suborna e compra pessoas, sempre sai ilesa dos escândalos. E seguem corrompendo, subornando e comprando pessoas.

A que preço?

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