31 de ago. de 2010

ARMADILHA DA REDE GLOBO.

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O blogueiro e jornalista Luis Nassif classificou de "jornalismo de pegadinhas" o que a Globo tentou fazer, ontem, com a candidata do PT, Dilma Rousseff. Clique aqui para ler o texto de Nassif.

Discordo de Nassif. Profundamente.

A tentativa de entrevista no Jornal da Globo foi uma ofensa descarada a uma candidatura que tentam derrubar a qualquer custo. Ao estilo sem caráter de Ali Kamel, o editor do Jornal, os apresentadores Waack e Pelajo procuraram de todas as formas arrancar uma resposta que os satisfizesse; pior, queriam provocar uma reação irritada de Dilma. Ela, entretanto, soube se controlar com categoria, muito acima da Globo.

Em nenhum momento perguntaram à respeito de programas de governo. O estilo das perguntas deixou claro quais eram os objetivos da entrevista. Medíocres, tentaram cercar a candidata com um ar de superioridade que quase ninguém mais acredita que possuem.

Listo as perguntas abaixo. Cada leitor deste blog poderá formar seu próprio juízo.

Waack - Disse que Dilma passou por uma transformação fisica. Cabelo, roupa, jeito de falar. Foi dificil?

Pelajo - Mencionou José Dirceu como um dos petistas envolvidos no mensalão. Quis saber qual papel ele terá em seu eventual governo. "... mas a senhora não vê problemas em trazer de volta à politica uma pessoa que teve direitos politicos cassados?" perguntou.

Waack - Provocou uma resposta de Dilma sobre quem seriam os integrantes de seu ministério, argumentando que "vai deixar um monte de gente decepcionada ..."


Pelajo - Referiu-se ao vazamento das informações fiscais de dados de tucanos, semana passada. Pediu garantias a Dilma de que em seu governo isso não vá acontecer.

Waack - Falou da história politica de Dilma, de sua prisão e tortura no regime militar. Quis saber qual seu sentimento em relação ao comentário de Lula sobre os presos de consciência cubanos que foram comparados a bandidos.

Pelajo - Perguntou a razão de Dilma hesitar em tratar as FARC como narcoguerrilha.

Waack - Afirmou que o governo do PT é acusado de ter colocado a militância petista na máquina federal, e provocou: "essa politica prossegue? ".


Pelajo - Ao dizer que o Brasil investe muito pouco, que é a Petrobras quem investe mais, perguntou porquê Lula não conseguiu investir.

Waack - Decretou que precisamos fazer um severo ajuste fiscal e que as contas externas estão piorando.

Como se vê, uma entrevista recheada de afirmações que interessam apenas a Globo. O arremedo de jornalismo que praticam visa unicamente firmar questões que pouco interessam ao eleitor. Acusam Dilma enquanto o povo a apóia, segundo pesquisas do Ibope.

O jornalismo da Globo anda a passos rápidos para a perda total de credibilidade. Porisso, de pegadinha a entrevista não tinha nada. Foi um interrogatório descarado e tacanho, baixo como a editoria de jornalismo da empresa.

Dilma saiu-se bem do fogo inimigo. Deixou bastante claras suas posições, a contragosto dos apresentadores Waack e Pelajo. Vale lembrar que Dilma Rousseff tem pouquissima experiência em aparições televisivas como esta e, mesmo na casa do inimigo, soube se defender com a competência necessária para que este tipo de gente passe a respeitá-la.

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3 comentários:

Humberto Carvalho Jr. disse...

Dois pesos e duas medidas

Enquanto as denúncias contra os tucanos são vistas pelos jornalões como "ataques" à campanha de Serra, as acusações levianas do candidato tucano à presidência e seu vice ganham destaque na cobertura eleitoral. E quase sempre, as declarações de Serra e Indio da Costa (ex-PFL-RJ) são publicadas como informações exaustivamente apuradas, fatos comprovados.

Serra dará entrevista ao JG nesta noite. Porém, por razões óbvias, jamais será cobrado pelos apresentadores do telejornal a fornecer comprovações de suas denúncias. E ainda que fosse questionado, recusaria-se a responder. Afinal, foi assim que o candidato reagiu quando repórteres perguntaram se ele poderia citar quais seriam os "blogs sujos" financiados pelo governo para patrulhar jornalistas.

"Prostituta é assim mesmo, dá o preço de acordo com a cara do cliente", ouvi certa vez um homem dizer após contar uma anedota, uma analogia perfeita para explicar a relação promíscua das grande empresas de comunicação com a elite.


Imprensa Marginal

Anônimo disse...

Tem também aquela do português que sentia uma estranha fisgada no olho toda vez que tomava um cafezinho.
Realetou, intrigado, ao médico e este perguntou: Sr. Manoel, o senhor já tentou tirar a colherinha de dentro da xícara antes de beber?
Rap

JÚLIO PEGNA disse...

Piada mesmo, de fazer rolar de rir, é ver a cara da tucanada no dia 03 de outubro, ao perder de goleada para uma mulher, terrorista, arrogante, pavio curto ... o que mais ... sei lá, o que quiserem inventar!

Dilma Rousseff terá mais votos que Lula teve em 2002 e 2006. A anedota do ano será a extinção da direita no Brasil.
Forevis!!!