17 de jul. de 2010

DA AGONIA À QUEDA..

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Com o quê embrulharemos o peixe na feira?

Há mais de um ano ano que a redação do jornal do bairro do Rio Comprido, no RJ, agoniza diante de inúmeros problemas finaneiros. O Jornal do Brasil, fundado há quase 120 anos, caiu no último dia 29, quando seu proprietário, Nelson Tanure, anunciou o fim da tiragem impressa do periódico. Continuam apenas as edições pela web.


Com um passivo na casa do bilhão de reais, a empresa acumula dívidas trabalhistas e fiscais; teve suas receitas bloqueadas para quitação destes débitos e afugentou anunciantes. O resultado é esse. Jogar a toalha foi a solução.

Mais do que apenas a quebra de uma empresa, o fim do JB representa um sinal para a grande imprensa. Mostra como é possivel, mesmo para um ícone, perder consistência financeira quando falta capacidade de visão. Os veiculos de comunicação impressos estarão condenados ao desaparecimento à medida que o público leitor tiver acesso à informação instantânea; a banda larga é o caminho inexorável que irá fulminar o bom e velho jornal. Fica a dúvida de como será embrulhado o peixe na feira livre dali em diante.

O que impressiona, entretanto, é a manutenção do velho estilo de fazer jornalismo da grande midia. Não só o JB, mas todos os grandes jornais impressos do Brasil mantém a mesma postura editorial, alinhados à direita conservadora que lhes rendeu bom faturamento enquanto no poder. Quer dizer, sempre se postaram contra a presença do Estado na economia; fervorosos defensores do liberalismo econômico e da livre iniciativa, mantinham relações estreitas com o poder politico e, em troca de suas publicações favoráveis, recebiam maciços investimentos em publicidade oficial.

É notório o descontentamento da imprensa conservadora, principalmente a impressa, com o governo do PT que distribui verbas de publicidade para milhares de outras publicações, como pequenos jornais de bairro. A democratização da verba oficial nunca foi bem vista pelos grandes empresários do setor. Estranhamente, aqueles que são contra a presença do Estado na economia.

O cinismo da midia comprometida até o pescoço com a direita está evidente na cobertura inicial da campanha eleitoral que começou este mês. Pela volta da influência no poder, distribuem manchetes desfavoráveis à candidata do PT, Dilma Rousseff, na esperança de eleger seu candidato preferido.

Não se deram conta de que tecnologia aliada à falta de credibilidade os está levando pela mesma trilha do JB. A queda definitiva.
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Um comentário:

Anônimo disse...

Há muito tempo que não pode embrulhar peixe na feira com jornal. A saúde pública proíbe, nem tanto pela tinta é mais pelo conteúdo!!!