24 de out. de 2010

ALERTA: sangue na TV.

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Um "profeta" me disse ter tido um sonho ruim.
Tão ruim que acordou com medo, pois havia sangue espalhado no asfalto. Foi assim:

Milhares de militantes agitavam bandeiras para seu candidato, que passava pela rua acompanhado de amigos. Todos sorriam, felizes, acenando para a multidão que gritava seu nome.

No fim da rua, um homem digita um número em seu celular. A pessoa que o atende pergunta se está na hora; o homem diz que se aproxima o momento e que todos devem estar preparados. De outro celular, liga para outro homem e este lhe pede 2 minutos para que todas as câmeras estejam ligadas. 2 minutos é o tempo de contagem regressiva.

No entorno do candidato começa um empurra-empurra. Três pessoas, propositadamente, correm. Abre-se um vazio e, instantaneamente, todos os que estavam próximos ao candidato começam a correr. Alguns caem; outros gritam. Vários cinegrafistas, de todas as emissoras, procuram a melhor cena, a imagem de um suposto agressor. O candidato é amparado pelos seguranças e colocado num automóvel estratégicamente estacionado nas mediações.

2 minutos se passaram desde o inicio do tumulto. Relógios sincronizados, imagens prontas para serem captadas. Uma explosão forte sacode o asfalto a poucos metros de onde estava o candidato. Uma bomba, uma vitrine que espalha vidro moído por dezenas de metros. Pânico, feridos, sirenes.

Três rapazes foram filmados segundos antes do estrondo. Um deles vestia camisa vermelha com uma estrela branca; os outros dois estavam sem camisa. A imagem da TV não é nitida porque os capta pelas costas e eles desaparecem no tumulto causado pela explosão.

No jornal da noite, apenas uma emissora tem as imagens da tragédia. Todas as demais estavam no empurra-empurra do candidato, que escapou milagrosamente da morte, segundo a manchete do jornal da TV. A repercussão é imediata em todas as emissoras e nos portais de internet. Os culpados foram  filmados.

A imagem que encerra o jornal é trágica: uma marca de sangue no asfalto, sangue de uma criança que, feliz, acompanhava seus pais na caminhada do candidato que estava em segundo nas pesquisas.

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